“Às vezes perguntam-me o que é que eu faria se lá estivesse. No mínimo, gritava, para alguém ouvir. Não ficava calada de certeza absoluta”, afirmou Manuela Ferreira Leite, defendendo que, embora não seja fácil, “há com certeza margem de negociação” com a ‘troika’.
A antiga ministra das Finanças, que falava no início de um jantar-debate no Grémio Literário, em Lisboa, dedicado ao tema “Portugal: o presente tem futuro?”, respondeu a esta pergunta da seguinte forma: “Eu diria que o presente não tem mesmo futuro nenhum. Ou se altera a atual política económica que tem estado a ser seguida, ou o presente não tem futuro”.
Manuela Ferreira Leite sustentou ainda ue, mesmo depois da saída da ‘troika’, Portugal vai continuar a precisar que alguém lhe empreste dinheiro, e considerou que haverá uma solução ao nível das instituições europeias.
Segundo a antiga ministra das Finanças, esse cenário implica “algum acordo a médio prazo sobre o futuro do país e sobre o caminho que vai ter de ser seguido” entre “os partidos políticos que são da área do poder”.