A rádio Renascença ouviu Álvaro Santos Almeida, ex-quadro do FMI e professor na Faculdade de Economia do Porto, a propósito dos cortes na despesa pública anunciados no domingo pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na sequência do chumbo pelo tribunal Constitucional de medidas que permitiriam ao Estado poupar 1,4 mil milhões de euros.
“Para compensar o desequilíbrio agora aberto no Orçamento em 2013 teremos de pôr em prática, ainda este ano, medidas de contenção da despesa pública, nomeadamente nas áreas da segurança social, saúde, educação e empresas públicas”, anunciou o primeiro-ministro.
Álvaro Santos Almeida alerta que isto significa que os “cortes vão ter de ser feitos muito mais depressa e de forma muito mais violenta do que estava previsto”.
Para este especialista, a caminho deverão estar medidas como diminuição das pensões, aumento das propinas no ensino superior, aumento das taxas moderadores e diminuição das comparticipações dos medicamentos.
Inviabilizada “a solução mais fácil”, que queria reduzir o salário dos funcionários públicos e as pensões, o ex-quadro do FMI alerta que a a “única solução” passa reduzir o número de funcionários públicos.
“Os despedimentos são inevitáveis. É a única forma de reduzir a despesa naqueles montantes que se está a falar, pelo menos, na área da educação e eventualmente na área da saúde”, explica à Renascença.