A ESCOM, empresa que em 2009 pertencia ao Grupo Espírito Santo (GES), pode ter sido acionista maioritária da Akoya, a sociedade de gestão de fortunas gerida pelo suíço Michel Canals e mais dois sócios, detidos em Portugal por suspeita de operarem a maior rede alguma vez detetada no nosso território em matéria de fraude fiscal e branqueamento de capitais. A associação entre a Akoya e a ESCOM foi confirmada à VISÃO por fontes da investigação da Operação Monte Branco, fontes do setor financeiro e ainda por João Rendeiro, fundador e antigo presidente do Banco Privado Português.
Hélder Bataglia, presidente da ESCOM, desmente que o grupo tenha tido capital da empresa suíça agora sob suspeita das autoridades, mas admite que manteve conversações com Michel Canals, a título privado, quando o antigo banqueiro da UBS o desafiou a fazer “uma boa aplicação financeira no exterior através da Akoya”. Através do consultor de comunicação Cunha Vaz, Bataglia esclareceu que Canals veio ter com ele numa altura em que era “referenciado e recomendado como pessoa séria na área da gestão de ativos”.
A ESCOM é atualmente uma empresa detida pelos angolanos da Sonangol, que a compraram ao GES em 2011. Tem interesses e negócios no petróleo, gás, diamantes, agricultura, energia, mineração, imobiliário e obras públicas.