O socialista António José Seguro anunciara, na quarta-feira, que era candidato a secretário-geral do PS, numa mensagem divulgada na sua página da rede social Facebook. Essa mensagem surgiu menos de uma hora antes do anúnicio de Francisco Assis. Esta quinta, ficou claro, que o secretário geral do PS será um dos dois. ENTRE NO DEBATE, NO FINAL DESTA PÁGINA: QUAL DELES DEVE SUCEDER A SÓCRATES?
Seguro não espera que o Governo caia de podre”
Já joje, António José Seguro confirmou, na sede do PS, a sua candidatura a secretário geral e frisou que se candidata “por vontade própria”, num discurso em que recusou uma oposição “bota abaixo”, mas também a passividade de esperar que o Governo caia de podre.
Ao contrário da sessão de apresentação da candidatura de Francisco Assis, que quarta-feira apareceu sozinho na sede nacional do PS, António José Seguro teve a presença de largas dezenas de militantes, na sua maioria anónimos e em que apenas estavam dois secretários de Estado dos executivos de José Sócrates: António Braga e José Junqueiro.
“Somos o principal partido da oposição, somos a alternativa, comigo não contem para ficar à espera que o próximo Governo apodreça para tomar o seu lugar. Sempre fui e sou contra os rotativismos”, declarou António José Seguro, ex-ministro de António Guterres, na sessão de apresentação da sua candidatura à liderança do PS.
O candidato prometeu alargar a liberdade de voto dos deputados socialistas e estabeleceu como primeira meta que o seu partido volte a ser o maior nacional ao nível autárquico.
Estes foram dois dos projetos programáticos apresentados por António José Seguro na apresentação da sua candidatura à liderança do PS.
“Reafirmo aqui a autonomia do Grupo Parlamentar, retomo propostas que fiz no passado e que visam libertar os deputados da disciplina partidária em questões que não têm a ver com a matriz do PS, com a governabilidade e com os seus compromissos eleitorais”, declarou António José Seguro, que se tem batido por esta reforma enquanto membro da bancada socialista.
Assis avança sozinho
O líder parlamentar cessante do PS, Francisco Assis, anunciou, nessa declaração, que será candidato a secretário-geral dos socialistas.
Francisco Assis falava em conferência de imprensa, na sede nacional do PS, na qual apareceu sozinho, ainda sem ter ao lado os seus principais apoiantes.
As eleições diretas do PS para a escolha do sucessor de José Sócrates na liderança deste partido estão marcadas para os dias 22 e 23 de julho e o congresso extraordinário para os dias 09, 10 e 11 de setembro.
Assis afirmou que não será líder parlamentar na abertura da nova legislatura, durante o período em que estiver a disputar a corrida ao cargo de secretário-geral dos socialistas.
Interrogado se permanecerá como líder parlamentar no período de transição de liderança no PS, Francisco Assis afastou em absoluto essa hipótese.
Francisco Assis diz que a sua candidatura a secretário-geral socialista se dirigirá diretamente aos militantes, sem intermediações, e que, enquanto líder parlamentar, nos últimos dois anos, apenas contribuiu para que o seu partido ganhasse votos.
“Não há entre os militantes do PS uns mais importantes do que outros, porque o PS é um partido democrático e não em que alguns cultivam os seus pequenos feudos eleitorais. É um partido em que todos consciente e livremente fazem as suas opções e dirijo-me sem intermediações de qualquer espécie – e, por isso, é que quis estar hoje aqui sozinho — a todos os militantes do PS”, declarou Francisco Assis.