A posição de José Sócrates foi assumida em conferência de imprensa, em São Bento, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros sobre as medidas do novo PEC.
“Eu não quero antecipar cenários e todos têm que assumir as suas responsabilidades. As minhas, como primeiro-ministro, são conduzir o país e tomar as medidas necessárias para defender o país, para que não seja necessário recorrer a nenhuma ajuda financeira externa”, declarou José Sócrates.
Para o chefe do Governo, nenhuma das medidas propostas pelo Governo no novo Programa de Estabilidade e Crescimento viola o acordo orçamental celebrado com o PSD para 2011 e mostrou-se aberto para negociá-las.
O primeiro-ministro considerou ainda que Portugal alcançou uma “vitória importante” na última cimeira da zona Euro, na sexta-feira, em Bruxelas, mas lamentou que as medidas anunciadas pelo Governo tenham gerado “equívocos” no país.
Segundo José Sócrates, as medidas adicionais do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) apresentadas por Portugal em Bruxelas permitiram “uma declaração conjunta” de apoio pela Comissão Europeia e Banco Central Europeu.
PSD: “Governo é que é o fator de instabilidade”
O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, defendeu segunda-feira à noite que o fator de instabilidade em Portugal consiste no primeiro-ministro, José Sócrates, e no seu Governo, e desafiou-os a assumirem o seu “falhanço” e as suas responsabilidades.
“A verdade é que o país sabe hoje que quem é o fator de instabilidade em Portugal é este primeiro-ministro e é este Governo”, afirmou Miguel Relvas, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa.
Numa reação às declarações feitas ontem à noite pelo primeiro-ministro, Miguel Relvas acusou-o de fazer, “mais uma vez, um discurso de encenação e de uma falsa dramatização” e desvalorizou a acusação feita ao PSD de que quer criar uma crise política.