Foram vários os lugares que marcaram a vida de D. Manuel I. Numa série em video e podcast, Isabel Stilwell leva-nos a conhecer os sítios importantes para o Rei e que inspiraram o seu novo romance histórico.
8º Episódio
Alcácer do Sal, 27 de Outubro de 1495
A morte trágica do príncipe Afonso aos 16 anos, numa queda de cavalo na ribeira de Santarém, foi verdadeiramente sentida por D. Manuel, mas foi também a confirmação da profecia: todos os herdeiros legítimos que se entrepunham entre ele e o trono já não eram deste mundo. Decapitados, esfaqueados, ou vítimas de acidentes mortais, a verdade é que estava quase lá. Quase, porque ainda era necessário derrotar o filho bastardo de D. João II, que o pai procurava por todos os meios legitimar, para que lhe sucedesse.
Mas a rainha D. Leonor opôs-se furiosamente ao plano do marido. Era o que faltava que o filho da amante do rei se sentasse no trono que deveria ter pertencido ao seu adorado filho único. Naquele lugar, só aceitaria o irmão, D. Manuel. Aliou-se aos reis católicos, mexeu os cordelinhos em Roma, e conseguiu que D. João II – já então muito doente – o nomeasse em testamento. Era uma decisão assumidamente temporária, que a morte do rei tornou definitiva.
D. Manuel estava em Alcácer do Sal com D. Leonor, quando chegou a notícia e foi aqui aclamado D. Manuel I, rei de Portugal. Tinha 26 anos, e podia finalmente deixar cair a máscara de servidor humilde e dedicado, e assumir todos os projetos que cuidadosamente arquitetara. As duas primeiras prioridades eram casar com D. Isabel, a primogénita dos reis Católicos, que vira pela primeira vez na Herdade da Coroada, aos 11 anos e era agora viúva, e descobrir o caminho marítimo para a Índia.
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