Foram vários os lugares que marcaram a vida de D. Manuel I. Numa série em video e podcast, Isabel Stilwell leva-nos a conhecer os sítios importantes para o Rei e que inspiraram o seu novo romance histórico.
4º Episódio
Moura, Janeiro de 1481 a Maio de 1483
As “terçarias de Moura” marcam a vida de D. Manuel e da sua futura mulher, D. Isabel, a primogénita dos reis católicos. “Terçarias” é uma palavra estranha, na minha ignorância nunca a tinha ouvido até começar a estudar este tempo, mas agora já sou capaz de vos explicar tudo o que significa. Tudo o que implicou.
A palavra significa “caução”, depósito ao cuidado de terceiros.
A guerra entre Castela e Portugal foi longa e complicada, e o acordo que garantiu a paz foi congeminado por duas mulheres poderosas. D. Beatriz, duquesa de Viseu e Beja, mãe de D. Manuel, e Isabel, a rainha de Castela, que se reuniram em segredo para redigir o rascunho do que viria a ser o Tratado de Alcáçovas.
Mas o tratado precisava de uma garantia. Já tinha havido demasiados compromissos quebrados. E que melhor garantia podiam dar Portugal e Castela do que os seus filhos?
Ficou combinado que D. Beatriz se isolaria num lugar fora da jurisdição de ambos os reinos, e tomaria à sua guarda a pequenina D. Isabel e o ainda mais pequeno, príncipe Afonso, na altura com cinco anos. Com uma garantia adicional, também a duquesa entregava como garantia extra um filho a Isabel, D. Manuel.
A vila ficou guardada por soldados, só entrava e saia quem possuía um salvo conduto. Durante dois anos viveram aqui fechados, separados dos pais, e ainda por cima D. Afonso era filho único, numa pequena corte que D. Beatriz controlava. No regresso de Castela, D. Manuel juntou-se à mãe e aos dois “reféns”, até que o rei D. João II considerou que o seu filho era alvo de uma conspiração e corria risco de vida. Encontrou uma forma de por um fim às Terçarias, e de ajustar contas com os traidores. Mas essa história fica para o próximo episódio.
Recorde os episódios anteriores:
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