O Presidente da Ucrânia pediu hoje à população para não depor as armas e defender Kiev, onde o exército ucraniano se confronta já com as forças russas, dois dias depois do início da invasão.
“Estou aqui. Não vamos depor as armas e vamos defender o nosso país”, declarou Volodymyr Zelensky, numa mensagem de vídeo publicada na rede social Facebook.
Entretanto, Moscovo afirmou ter visado as infraestruturas militares ucranianas com mísseis de cruzeiro.
Confrontos entre o exército ucraniano e as forças russas estão hoje a decorrer, em Kiev, pelo controlo da cidade, dois dias depois da invasão da Ucrânia decidida pelo Presidente da Rússia.
“Violentos combates decorrem em Kiev”, disse o serviço de comunicações especiais ucraniano, algumas horas depois de um apelo à mobilização lançado pelo Presidente da Ucrânia ontem à noite, Volodymyr Zelensky.
O exército ucraniano afirmou ter destruído uma coluna de cinco veículos militares russos, incluindo um blindado, perto da estação de metropolitano Beresteiska, na avenida da Vitória, uma das principais ruas na zona noroeste de Kiev.
Pelas 03:00 TMG (mesma hora em Lisboa), o serviço de comunicações especiais ucraniano adiantou que forças russas estavam a tentar atacar uma central elétrica no bairro Troieshchyna, no nordeste de Kiev.
Os habitantes da cidade foram aconselhados a permanecer em abrigos, ou, se estiverem em casa, a não se aproximarem das janelas. Sirenes de alerta antiaéreo soaram, ao amanhecer, também em Kharkiv, uma grande cidade no leste da Ucrânia, próxima da fronteira com a Rússia, acrescentou o mesmo serviço.
O exército ucraniano também alertou para “combates violentos” a 30 quilómetros a sudoeste da capital, onde os russos “estavam a tentar largar paraquedistas”.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa “desmilitarizar e ‘desnazificar'” o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo de seus “resultados” e “relevância”.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.