Já muito se escreveu sobre os vários cenários de caos pós-eleitoral, caso o desfecho das eleições não venha a ser uma vitória esmagadora de uma das partes. Mas ninguém como Lawrence Douglas, professor de Direito Constitucional, no Amherst College, estudou o tema tão a fundo. No seu livro Will He Go? Trump and the Looming Election Meltdown in 2020 (tradução livre: “Será que Ele Sai? Trump e o Colapso Eleitoral Iminente”), publicado em maio deste ano, descreveu um cenário arrepiante de tudo o que pode correr mal, se as eleições ficarem pendentes por resultados renhidos e votos por correspondência em dois ou três swing states e se Donald Trump decidir usar todos os recursos ao seu alcance para contestar os resultados eleitorais e jogar a cartada das alegações de fraude. “Nada obrigou Al Gore, em 2000, a ceder. Mas o comportamento de Al Gore lembra-nos de uma verdade essencial: a nossa Constituição não assegura uma transição pacífica de poder”, escreve. Preparem-se para o caos, adverte nesta obra. Nesta segunda-feira, 2, antes das eleições, falou à VISÃO.
Porque diz que a Constituição norte-americana não garante uma transição pacífica de poder?
Na verdade, não garante. Ela pressupõe que exista essa transição. Assume que a transferência pacífica ocorrerá, mas não tem mecanismos especiais para garantir que um demagogo ou um mau ator não possa contestá-la. A verdade é que em 230 anos de governança constitucional, os Estados Unidos da América conseguiram sempre evitar uma eleição presidencial catastrófica. A sorte e o caráter daqueles que procuravam o cargo permitiram ignorar amplamente os defeitos do nosso método antiquado e não democrático de selecionar um Presidente. Em 2020, esta sequência de boa sorte pode acabar.
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