“O ‘Ocean Viking’ foi remetido para Ancona, na Itália, como Local de Segurança para os 37 sobreviventes a bordo. O porto fica a 1.575 quilómetros da área de operação – quatro dias de navegação”, escreveu aquela organização não-governamental (ONG) nas redes sociais.
A organização garantiu que “a previsão do tempo vai piorar a partir da noite de domingo”, pelo que esta decisão do executivo presidido pela extrema-direita Giorgia Meloni “expõe os sobreviventes a ventos fortes e mar agitado”.
O navio realizou hoje o primeiro e último resgate de 37 pessoas que viajavam numa embarcação precária, pouco depois de chegar à zona de resgate de Ravenna (norte), também na distante costa adriática e de onde havia zarpado na passada quarta-feira, depois de desembarcar 113 migrantes.
A ONG lamentou então esta “nova estratégia” do Governo de Meloni, que classificou de “portos distantes” depois dos “portos fechados” que já em novembro a haviam impedido de atracar na Sicília (sul).
Em 28 de dezembro, o governo italiano aprovou um novo decreto com medidas para impedir e combater essas organizações de resgate de migrantes, que acusa de promover a imigração irregular.
Em substância, o texto não impede o desembarque de imigrantes em Itália, mas complica-o, obrigando os navios das ONG a aceitar o porto designado, apesar de, como no caso de Ancona ou Ravenna, estar a centenas de quilómetros de distância.
Os resgates das ONG continuam e nos primeiros cinco dias do ano já desembarcaram na costa italiana 2.556 imigrantes que partiram do norte da África, contra 368 que o fizeram no mesmo período de 2022, segundo dados do Ministério do Interior.
EL // JPS