O teste de uma semana de quatro dias de trabalho foi um sucesso e esta metodologia é boa para os negócios. Esta é a conclusão de um teste de seis meses a uma semana de trabalho de quatro dias, sem cortes na remuneração. As 33 empresas e os mais de 900 trabalhadores que participaram no estudo estavam sediados nos EUA, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia.
Agora, as empresas e os funcionários consideram ser improvável voltar à semana de trabalho padrão, segundo a organização 4 Day Week Global que colaborou com investigadores das universidades de Boston, Dublin e Cambridge.
Do total de empresas que participaram no teste, 27 responderam a um inquérito final, manifestando a intenção de não vão voltar à sua antiga rotina de cinco dias de trabalho. De forma geral, os envolvidos responderam que esta experiência alcançou 9 pontos em 10, com base em produtividade e desempenho.
Além disso, os trabalhadores mostraram-se igualmente satisfeitos com seus baixos níveis de stress, fadiga, insónia e esgotamento, além de melhorias na saúde física e mental. Dos entrevistados, 17% relataram um aumento no stress, mas o dobro apresentou uma redução. Cerca de 67% relataram níveis mais baixos de esgotamento, em comparação com os 26% que apresentaram um aumento. As pontuações de Burnout melhoraram de 2,74 para 2,30 durante o teste.
Mas e a produtividade? Os dados mostraram que a receita das empresas aumentou apesar da redução no tempo de trabalho – aumentou 8% em média no período de seis meses e 38% quando comparado ao mesmo período de 2021. O que é crucial é que essa produtividade não se deveu a indivíduos a trabalhar mais horas extras ou mais intensamente durante os quatro dias: em vez disso, os ganhos de produtividade vêm da reorganização do trabalho.
Jon Leland, diretor de estratégia do Kickstarter, um site de crowdfunding que participa no teste, descreveu o cronograma como um “verdadeiro ganho-ganho”. “A semana de 4 dias foi transformadora para os nossos negócios e a nossa vida pessoal. A equipe está mais focada, mais envolvida e mais dedicada, ajudando-nos a atingir os nossos objetivos melhor do que antes”, disse em comunicado.
Um teste separado de seis meses no Reino Unido, que incluiu 70 empresas e 3300 trabalhadores, foi encerrado este mês. Os resultados desse teste – o maior até hoje – devem ser divulgados em fevereiro.