Qual é uma das primeiras coisas que pensa quando se fala em alimentção e França na mesma frase? Isso mesmo. A baguete, o icónico símbolo do país, e o “saber fazer artesanal” da mesma receberam o estatuto de proteção especial e é agora considerada património cultural imaterial da UNESCO.
Vários especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), reunidos esta quarta-feira em Marrocos, decidiram que o pão feito com farinha, água, sal e fermento sobrepôs-se ao festival de vinho de Arbois e aos telhados de zinco de Paris, dois ícones nacionais que também estavam na corrida para a distinção.
A chefe da agência cultural da ONU, Audrey Azoulay, exlica que a decisão não homenageia apenas pão, mas reconhece o “savoir-faire dos padeiros artesanais” e “um ritual diário”. “É importante que estes conhecimentos artesanais e práticas sociais possam continuar a existir no futuro”, acrescentou.
A notícia foi recebida com ânimo pelos padeiros e padeiras de França. “É um reconhecimento para a comunidade de padeiros artesanais e chefes de confeitaria”, disse Dominique Anract, presidente da federação de padarias, em comunicado.
O Ministério da Cultura tinha alertado para um “declínio contínuo” no número de padarias tradicionais: o país tem perdido cerca de 400 padarias artesanais por ano desde 1970.