A ministra dos Negócios Estrangeiros de França afirmou hoje que a Rússia comprometeu-se a evitar ações que possam colocar em perigo uma eventual inspeção de especialistas da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) à central nuclear de Zaporijia.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) de França, Catherine Colonna fez estas declarações após ter mantido uma conversa telefónica hoje com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, em que discutiram o possível envio de uma missão da AIEA à central nuclear de Zaporijia, atualmente controlada pelos russos.
O MNE francês referiu que Catherine Colonna “tomou nota do princípio de acordo dado pela Rússia nesse ponto (envio da missão) e do compromisso deste país de evitar qualquer ação que possa colocar em perigo a segurança desta missão”.
A ministra francesa aproveitou a conversa com Lavrov para destacar “a determinação da França em continuar o seu apoio à Ucrânia diante da agressão ilegal e injustificável da Rússia”.
O diálogo entre Colonna e Lavrov ocorre após uma conversa entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em 17 de agosto, que abordou a conveniência de enviar esse grupo de especialistas.
Segundo o palácio do Eliseu, Putin concorda com essa visita a Zaporijia.
Nesse sentido, outras potências ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, pela Alemanha e pelo Reino Unido, no domingo pressionaram pelo envio rápido de uma missão da AIEA à central nuclear Zaporijia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas das suas casas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
CSR // PDF