Isabel dos Santos, Tchizé dos Santos e José Filomeno dos Santos não autorizam que o corpo do seu pai, José Eduardo dos Santos, falecido no passado dia 8 num hospital de Barcelona, seja trasladado para Luanda para que ali se realize um funeral com honras de Estado. Em causa estão vários fatores. Por um lado, a filha mais velha, Isabel, que tem um mandado de captura naquele país, receia poder ficar detida em Angola após as cerimónias fúnebres. O vice-procurador geral da República, Mota Liz, já veio a público dizer que a lei angolana define que “ninguém pode ser preso nos dias que sucedem a morte de familiares”. No entanto, não dá qualquer garantia de que as autoridades deixem sair Isabel dos Santos do país, logo após a realização do funeral. O ministro da Justiça e Direitos Humanos, Francisco Queiroz, admite, por sua vez, que, embora esta seja uma questão de Estado, “a decisão final é da família”, mas acredita que “haverá bom senso” para permitir que o ex-Presidente seja sepultado na sua terra natal.
Em cima da mesa das negociações, que decorrem na capital da Catalunha, está também a possibilidade de um perdão político às acusações que recaem sobre Isabel dos Santos, mas este é um assunto delicado que poderá comprometer todo um processo judicial complexo que tem decorrido em vários tribunais internacionais.