O gás natural está a tornar-se uma das armas mais poderosas de Vladimir Putin contra a União Europeia (UE), apesar de, no início da invasão da Ucrânia, este combustível ser visto como um dos principais trunfos dos 27 contra o Kremlin.
As exportações de combustíveis fósseis são uma das maiores fontes de financiamento da Rússia, de aproximadamente 200 mil milhões de euros. E, antes da guerra, a UE era o seu maior cliente, responsável por 50% das receitas totais e 85% das do gás natural. Uma verba da qual o Kremlin não pode abdicar devido ao enorme esforço financeiro a que a guerra na Ucrânia obriga. Segundo Robert Faley, especialista militar norte-americano, a “Rússia gasta, no mínimo, 500 milhões de euros por dia”. Ou seja, mais do que nunca, Putin necessita das receitas provenientes das exportações dos combustíveis fósseis para manter o esforço de guerra. Mas, ao contrário do que tudo indicava, tem sido o próprio Kremlin a cortar os fornecimentos à Europa, utilizando este combustível como arma de arremesso contra as sanções económicas e decisões políticas tomadas pela UE.