Em 1972, um “estudo” realizado junto das principais modelos da revista Playboy revelou quem era, naquela altura, o homem mais desejado do mundo e com o qual as chamadas “coelhinhas” gostariam de ter um encontro: Henry Alfred Kissinger. Aos 40 anos, o então conselheiro de Segurança Nacional do Presidente Richard Nixon era já uma celebridade planetária, um político cujo mediatismo era equiparável às vedetas de Hollywood e que recorria à autoironia para negar os seus dotes de sedução. “Essa reputação frívola é, em parte, exagerada, obviamente. (…) O que importa é até que ponto as mulheres fazem parte da minha vida ou são uma preocupação central. Bom, na verdade, não o são de modo algum. Para mim, as mulheres são apenas uma diversão, um hobby. Ninguém passa demasiado tempo com os seus hobbies”, explicou ele à jornalista Oriana Fallaci, numa conversa publicada em novembro desse ano. O entrevistado, que se divorciara da primeira mulher oito anos antes, é descrito pela italiana como uma “enguia mais gelada do que o gelo”, e na sua lista de “passatempos” constavam nomes como Angel Thomas, Liv Ullmann, Candice Bergen e Nancy Maginnes. Esta última, filha de um advogado ilustre e conselheira de Nelson Rockefeller, o milionário governador de Nova Iorque, acabaria por levar uma vez mais ao altar o homem que a Imprensa também apelidava de “Super K” e de “Gary Grant com sotaque alemão”.
O guru realista