Segundo o Conasur, houve um aumento no número de deslocados internos no país africano de aproximadamente 1,98% em relação à última contagem no final de fevereiro, totalizando 1.850.293 deslocados em 31 de março.
As regiões onde se encontra a maioria dos deslocados são o centro-norte, que abrigam 35,4% de pessoas que fugiram das suas áreas de residência devido à insegurança gerada pelos ataques de extremistas islâmicos; e a do Sahel, que abriga 30,7%.
Além disso, segundo o Conasur, mais de 61% dos deslocados são crianças e 22% são mulheres.
Em março passado, o Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês), Ação Contra a Fome, Médicos do Mundo e Oxfam divulgaram numa declaração conjunta que, desde janeiro de 2019, a população deslocada no Burkina Faso aumentou 2.000%.
Aquelas organizações não-governamentais alertaram ainda que o segundo maior aumento de deslocados desde o início desta crise em 2019 ocorreu em janeiro passado, quando o número subiu para mais de 1,7 milhões com mais de 160 mil novos registados.
Burkina Faso sofre repetidos ataques de extremistas islâmicos desde abril de 2015, realizados por organizações ligadas à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico.
A região mais atingida de Burkina Faso é o Sahel, que faz fronteira com Mali e Níger, embora o extremismo islâmico também se tenha espalhado para outras áreas vizinhas e, desde 2018, para a região leste do país.
Em novembro de 2021, um ataque a um posto da guarda causou 53 mortes (49 polícias militares e 4 civis), o que gerou grande descontentamento social que levou a fortes protestos exigindo a renúncia do então presidente burquinense, Roch Kaboré.
Meses depois, em 24 de janeiro, os militares tomaram o poder num golpe – o quarto na África Ocidental desde agosto de 2020 – e depuseram o Presidente.
Nas últimas semanas, o exército do Burkina Faso realizou operações contra extremistas islâmicos em diferentes áreas do território nacional.
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