Já não se trata de uma questão de acreditar ou não. Em junho do ano passado, o Pentágono divulgou um relatório sobre fenómenos aéreos inexplicáveis (UAP), onde, afirmam, encontraram mais de 140 casos que não puderam ser explicados, dos quais 80 “envolveram observação com vários sensores”.
Agora, em 2022, esta atividade pode ser ainda mais intensa. Isto porque a divulgação e descoberta de OVNIs continua a crescer e existem novos projetos científicos que nos aproximam de, potencialmente, descobrir vida fora da Terra.
“Estou confiante de que 2022 será um ano sísmico para os OVNIs”, disse Nick Pope, que passou o início dos anos 1990 investigando OVNIs para o Ministério da Defesa britânico. No mesmo sentido, Mark Rodeghier, diretor científico do Centro de Estudos de OVNIs em Chicago, diz que “o esforço para detetar, acompanhar e medir o fenómeno OVNI em campo, em tempo real, entrou recentemente numa nova fase”. Ao Space.com, o especialista acrescenta que “a tecnologia melhorou, as ferramentas de software melhoraram e o interesse atual pelos OVNIs atraiu novos profissionais qualificados”.
Foi um grupo de pilotos que trouxe a questão à tona em 2021: Numa entrevista com o 60 Minutes , alguns membros da Marinha dos EUA relembraram as suas experiências com OVNIs. Aconteceu com tanta frequência que os encontros se tornaram comuns, disse Ryan Graves, um piloto reformado da Marinha, ao programa da CBS. “Todos os dias”, disse Graves. “Todos os dias por pelo menos alguns anos.”
Durante anos, os pilotos recusaram partilhar as histórias com OVNIs, preocupados em serem rotulados de malucos ou serem descredibilizados, mas isso mudou quando o relatório do Pentágono foi publicado. Desde então, o Pentágono, pressionado pelos senadores norte-americanos Kirsten Gillibrand e Marco Rubio, lançou um novo escritório para relatar e analisar relatos de OVNIs: chamado Airborne Object Identification and Management Synchronization Group.
Assim, em 2022, uma série de novos projetos serão lançados, especificamente voltados para a deteção de vida alienígena. Avi Loeb, professor na Universidade de Harvard, está por trás de um deles: o Projeto Galileo, que visa estabelecer uma rede de telescópios sofisticados que examinarão os céus em busca de objetos extraterrestres. O projeto envolve mais de 100 cientistas e está a construir o primeiro sistema de telescópio no telhado do observatório da faculdade de Harvard.
“Estamos a seguir um caminho nunca antes seguido”, diz o professor. “A minha esperança é que, ao obter uma imagem de alta resolução de algo incomum, ou encontrar evidências para isso, o que é bem possível no próximo ano ou dois, vamos mudar o rumo”.