Olavo de Carvalho morreu nas primeiras horas esta terça-feira, aos 74 anos, no hospital em Richmond, na Virgínia, EUA. O comunicado foi anunciado no Twitter pela família do escritor e do considerado o guru do “bolsonarismo” pelas suas ideologias de direita no Brasil.
Apesar de ainda não se ter apurado a causa da morte de Olavo de Carvalho, sabe-se que tinha sido, há oito dias, diagnosticado com Covid-19. O escritor era um crítico sobre a forma como estava a ser gerida a pandemia, tanto relativamente às medidas de segurança – utilização da máscara e distanciamento, por exemplo – que foram impostas, como à vacinação.
Nota de falecimento
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) January 25, 2022
Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (1947-2022)
Com grande pesar, a família do professor Olavo de Carvalho comunica a notícia de sua morte na noite de 24 de janeiro, na região de Richmond, na Virgínia, onde se encontrava hospitalizado. pic.twitter.com/mNoZjhaEh6
Jair Bolsonaro já lamentou na sua conta de Twitter a morte do professor. “Deixa-nos hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país, o Filósofo e Professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho”, lê-se. “Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre”.
– Nos deixa hoje um dos maiores pensadores da história do nosso país, o Filósofo e Professor Olavo Luiz Pimentel de Carvalho.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 25, 2022
– Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre.
O pensador foi mencionado como grande influenciador do atual presidente do Brasil durante a sua campanha eleitoral em 2018. Como escritor, publicou mais de 30 obras, entre livros e ensaios, e é considerado um dos grandes expoentes do conservadorismo no Brasil.
Crítico da pandemia
São vários os assuntos em que Olavo de Carvalho se mostrou mais crítico, sendo a gestão da pandemia de Covid-19 um dos mais polémicos. Logo no início, o professor escreveu que “o medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente do Pai Natal.”
Em abril de 2020, continuou a demonstrar-se muito crítico, tendo até considerado as medidas de proteção contra a Covid-19 um crime: “Essa campanha para nos “proteger da pandemia” é o mais vasto e mais sórdido crime já cometido contra a espécie humana inteira”.
“Só um perfeito idiota pode imaginar que a disseminação do vírus chinês no mundo foi um acidente. Mas o Ocidente está repleto de perfeitos idiotas, diante dos quais os chineses têm um justificado senso de superioridade”, escreveu ainda noTwitter.
Em janeiro de 2021, o escritor colocou em dúvida a mortalidade do novo coronavírus: “Dúvida cruel. O Vírus Mocoronga mata mesmo as pessoas ou só as ajuda a entrar nas estatísticas?”.
Apesar de ser uma inspiração para o presidente brasileiro, nos últimos tempos Olavo de Carvalho tornou-se mais crítico sobre a atuação e liderança de Bolsonaro. “Já reconheci mil vezes que o Bolsonaro é o melhor administrador que o Brasil já teve. Só não aceito que o melhor administrador seja também o mais fraco líder político, somando novas humilhações a cada bom trabalho que faz na administração”, escreveu.
Há pouco mais de um mês, Olavo de Carvalho foi convocado pela Polícia federal brasileira para prestar declarações relativamente à alegada divulgação de notícias falsas.