As autoridades chinesas pedem à população que use máscara e luvas quando abre o correio, sobretudo internacional, depois do primeiro caso de Ómicron em Pequim, que ligam a uma encomenda oriunda do Canadá.
“Reduzam ao mínimo as compras de bens vindos de fora e o correio estrangeiro”, publicou a CCTV, a maior rede de televisão da China, nas redes sociais. “Garantam proteção durante entregas em mão e usem máscaras e luvas; tentem abrir as embalagens no exterior”, lê-se ainda.
Os especialistas e consultores de saúde do Governo canadiano já reagiram a estas alegações, considerando-as altamente improváveis. “Teria de ter vírus num objeto, teria de sobreviver através de todo esse transporte e de todas essas circunstâncias”, ou seja, “seria altamente improvável que isso pudesse alguma vez transmitir a covid-19”, afirmou Supriya Sharma, um consultora médica chefe da Saúde do Canada, à CTV News Channel.
Também o vice-diretor de saúde pública da Agência de Saúde Pública do Canadá já veio negar estas alegações: “Penso que sabemos onde está a ciência em termos do principal modo de transmissão”, disse Howard Njoo.
As autoridades chinesas insistem, no entanto, “com base na atual investigação epidemiológica no local e testes laboratoriais, os peritos concluem que não se pode excluir a exposição a artigos contaminados no exterior como sendo a causa deste surto”. Enquanto pedem à população precauções adicionais com correio vindo do exterior, os responsáveis chineses comprometem-se a assegurar a desinfeção do correio internacional.
Apesar de vários estudos de vários países terem concluído que o coronavírus se espalha sobretudo através de gotículas respiratórias, quando as pessoas infetadas respiram, tossem, espirram ou, simplesmente, falam, a China insiste que há perigo de infeção através de bens importados, incluindo alimentos congelados.