A Coreia da Norte declarou um conjunto de restrições para assinalar os dez anos da morte do pai de Kim Jong Um e antigo líder do país, Kim Jong Il. O período de luto começou na passada sexta-feira e terá a duração de 11 dias, durante os quais os cidadãos estão expressamente privados de beber álcool, rir-se e participar em atividades de lazer.
“Durante o período de luto, não podemos beber álcool, rir ou participar em atividades de lazer”, disse um norte-coreano residente em Sinuiju à Radio Free Asia. O homem, não identificado, contou que as compras também foram banidas no dia 17 de dezembro, dia em que o antigo líder morreu em 2011.
Mas não é tudo. O norte-coreano acrescentou que se um membro familiar morrer durante o luto não é permitido chorar em público e que o corpo só deve ser removido após o seu término. “As pessoas não podem sequer celebrar os seus próprios aniversários se calharem nos dias do luto”, disse.
Quem quebrar as regras será detido no imediato e com consequências gravosas. O testemunho revela que em anos passados, os cidadãos que quebraram as regras “foram presos e tratados como criminosos ideológicos. Foram levados e nunca mais voltaram.” Citou ainda um outro cidadão que falou em ordens recebidas pelos polícias no sentido de reprimirem arduamente quem desrespeite as regras.
Em Pyongyang, na sexta-feira, assistiu-se a um momento de silêncio de três minutos em homenagem à memória de Kim Jong Il. As bandeiras nacionais foram colocadas a meia haste e os cidadãos curvaram a cabeça no momento em que uma sirene soou na capital, tendo muitos deles subido à colina Mansu para deixar flores e prestarem reverência a Kim Jong Il e Kim il-Sung, fundador da Coreia do Norte.
A Reuters deu também conta da presença de Kim Jong Un, juntamente com centenas de outros oficiais, numa cerimónia fora do palácio de Kumsusan, onde jazem embalsamados sobre vidro os corpos do seu pai e do seu avô.