A sazonal gripe das aves voltou a atacar o Reino Unido, mas este ano com mais intensidade, avança o Guardian. O ministro da Agricultura e do Ambiente do país, George Eustice, confirma que é mesmo “o maior surto de sempre”.
Com 40 aviários infetados e com a situação a agravar-se desde novembro, o Reino Unido já viu serem abatidas mais de 500 mil aves, confirma Christine Middlemiss, diretora veterinária, à BBC. “Estou muito preocupada com esta situação”, lamenta. No inverno do ano passado, havia apenas 26 surtos.
“Todas as aves dos locais infetados devem ser sacrificadas por causa do risco contínuo de infeção que representam”, adianta Christine, garantindo que a cadeia de alimentação não será afetada pelos surtos. “Parece um número enorme e, para os empresários afetados, é realmente devastador, mas é um número relativamente pequeno em termos de produção de ovos, carne, frango, entre outros.”
A doença é transmitida por aves selvagens migratórias da Europa, onde também estão a ser registados altos níveis de infeções. O risco para a saúde humana é baixo, garante a diretora, mas não se deve tocar nas aves infetadas. “Costumávamos ter um surto de tamanho razoável e depois ter dois ou três anos de acalmia. Mas isso não está a acontecer agora. Estamos a assistir a este fenómeno em toda a Europa e precisamos de entender o porquê de estes surtos estarem a acontecer continuamente”, diz.
Questionada sobre se a crise climática era a culpada pelo aumento da infecção, Christine refere que não sabe, mas “é certamente uma das ideias que nossos especialistas estão a explorar. As aves migram para o norte da Rússia durante o verão e misturam-se com outras aves de outras e trocam os vírus. Portanto, é bastante plausível que, com as mudanças climáticas e com as mudanças nos trajetos, exista uma complicação nova. ”