O emissário das Nações Unidas para a Líbia, o eslovaco Jan Kubis, apresentou a demissão do cargo menos de um ano após ter sido nomeado, em janeiro, indicaram hoje fontes diplomáticas na ONU, citadas pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
“Kubis demitiu-se”, disse à AFP um diplomata, que solicitou anonimato, informação confirmada mais tarde por várias outras fontes diplomáticas, sem que nenhuma delas tenha avançado uma explicação oficial para essa demissão surpresa, que ocorre a um mês das eleições presidenciais líbias.
As fontes admitiram à AFP que uma das razões passará pela falta de apoio e de consensos dentro do próprio Conselho de Segurança da ONU, que se mostrou recentemente dividido quanto à necessidade de se reconfigurar a direção da missão política da ONU na Líbia.
Na ocasião, vários membros do Conselho exigiram que o cargo de emissário fosse realocado de Genebra para Trípoli, o que não é o caso de Kubis, que, até ser nomeado, desempenhou idênticas funções na ONU para o Líbano, depois de ter sido ministro dos Negócios Estrangeiros da Eslovénia.
Segundo vários diplomatas indicaram à AFP, Kubis esteve relutante em ser transferido do seu posto.
Até agora, os serviços de imprensa da ONU nada indicaram sobre a demissão apresentada por Kubis, 69 anos, nomeado a 18 de janeiro deste ano pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
A saída repentina de Kubis ocorre um dia depois do encerramento da apresentação de candidaturas para a corrida à chefia do Estado na Líbia — as presidenciais estão marcadas para 24 de dezembro.
A Alta Comissão Eleitoral (HNEC) líbia confirmou hoje oficialmente que as presidenciais vão contar com 98 candidatos, entre eles duas mulheres, depois de encerrado o prazo de entrega das candidaturas.
Segundo o diretor do HNEC, a lista final será conhecida dentro de 12 dias, assim que estiverem concluídas as verificações, recursos e apelos.
Al-Sayeh adiantou que o HNEC vai remeter os processos ao Procurador-Geral da República, ao Departamento de Passaportes e Nacionalidade e ao Departamento de Informações Geral, “de forma a garantir que as candidaturas cumprem a lei eleitoral”.
Entre os candidatos mais proeminentes estão Seif al-Islam Kadafi, filho do ex-ditador Muammar Kadhafi, o marechal Khalifa Haftar, que controla de facto o leste e parte do sul da Líbia, o influente ex-ministro do Interior, Fathi Bachagha, e o chefe do governo interino, Abdelhamid Dbeibah.
Apenas duas mulheres se apresentam como candidatas: Laila Ben Khalifa, 46 anos, presidente e fundadora do partido Movimento Nacional, e Hounayda Al-Mahdi, investigadora na área das ciências sociais.
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