Este domingo, dados oficiais divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China deram conta de que mais de três quartos da população da China já está totalmente inoculada contra a covid-19. Além disso, as autoridades já começaram a dar doses de reforço a grupos de risco como os idosos e os trabalhadores aduaneiros.
Ainda assim, o país tem amplificado o conceito de contacto próximo devido à propagação mais fácil da variante Delta no país, continuando a optar por uma política de tolerância zero contra o coronavírus, e agora duas pessoas que estejam a um quilómetro ou menos de distância são consideradas contacto de risco.
Isto significa, dizem as autoridades, que quem estiver numa área próxima de alguém infetado, até 1000 metros, pode vir a ser obrigado a realizar um teste à Covid-19 ou a ficar em quarentena obrigatória, já que, afirmam, as pessoas não precisam de estar em contacto direto com um caso positivo de Covid-19 para ficarem infetadas.
A sobreposição espaço/tempo, um conceito muito utilizado na China, não se define da mesma forma em todo o país, variando entre províncias. Por exemplo, em Chengdu, capital da província de Sichuan, se uma pessoa estiver a menos de 800 metros de alguém com infeção pelo coronavírus confirmada durante mais de 10 minutos, é dado o primeiro alerta. Se o telemóvel de uma das pessoas for rastreado na cidade durante mais de 30 horas nos últimos 14 dias, o segundo alerta é dado e as duas são consideradas um contacto potencial de risco. Com esta nova metodologia, as autoridades de saúde referiram que a polícia detetou 82 mil pessoas em risco.
A Comissão Nacional de Saúde já recomendou aos residentes de Pequim que evitem regressar a casa no caso de terem coincidido com alguém infetado tendo em conta o novo método, mas os que já o fizeram foram aconselhados a autoisolar-se, situação que tem gerado várias críticas.
A China tem conseguido manter taxas de infeção muito baixas através de medidas muito estritas, que incluem o confinamento e testes em massa assim que um caso é detetado numa localidade, e o encerramento quase total das fronteiras.
Apesar disso, as autoridades falam agora de uma situação “grave e complexa” após os surtos que se têm vindo a propagar em algumas províncias desde meados de outubro, com cerca de 900 casos de transmissão local e têm definido regras ainda mais agressivas, que incluem o encerramento de escolas, locais de entretenimento e alguns meios de transporte.
Os especialistas acreditam que o país vai continuar esta abordagem, também a preverem o que pode acontecer nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, em Pequim, que vão começar no início de fevereiro do próximo ano.