Nos dois encontros, Emmanuel Macron discutiu com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e com o Presidente indonésio, Joko Widodo, a situação na vasta região com crescente peso económico e sujeita à rivalidade entre a China e os Estados Unidos, onde a França procura fortalecer a sua influência.
Macron e Modi “mostraram um desejo comum de ir mais longe na estratégia do Indo-Pacífico, em termos bilaterais, regionais e internacionais”, indicou a presidência francesa, precisando que será organizada uma reunião “em Paris, na próxima semana para concretizar esse desejo e avançar com uma agenda comum”.
Na sua discussão, os dois líderes “constataram uma convergência de princípios entre a França e a Índia para guiar as ações no Indo-Pacífico: a confiança, a independência e a unidade”, segundo o Eliseu.
A ambição da França de se afirmar, graças aos seus territórios ultramarinos, como potência naquela região foi abalada com a rutura de um contrato pela Austrália para a compra de submarinos franceses e o anúncio de uma aliança estratégica entre este país, os Estados Unidos e o Reino Unido.
Neste contexto, Paris tenta reforçar os seus laços com outros países da região, como a Índia, que recebeu recentemente aviões Rafale franceses, a Malásia ou a Indonésia, o país mais populoso do sudeste da Ásia, com mais de 270 milhões de habitantes.
Macron e Widodo “decidiram trabalhar para uma verdadeira parceria estratégica reforçada no Indo-Pacífico”, indicou a presidência francesa, sublinhando que a parceria “incidirá em particular na questão da transição ecológica, no apoio ao emprego e crescimento na Indonésia e na recuperação pós-covid”.
O encontro ocorreu antes da próxima visita a Jacarta do chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, e quando a Indonésia vai assumir a presidência do G20, a seguir a Itália.
Os dois líderes discutiram ainda “a coordenação entre a ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), onde a Indonésia desempenha um papel central, e a União Europeia, no contexto da presidência francesa da UE no primeiro semestre de 2020”, sobretudo nas questões do clima e da biodiversidade, precisou o Eliseu.
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