Um surto de salmonella atingiu mais de 650 pessoas em 37 estados norte-americanos. De acordo com o CDC (Centro de Controlo e Prevenção de Doenças), 129 pessoas foram hospitalizadas, não havendo mortes a registar.
Na origem do surto estiveram cebolas contaminadas com a bactéria, importadas do México através da empresa alimentar ProSource, do estado do Idaho.
De acordo com a ProSource, o último carregamento de cebolas contaminadas foi importado a 27 de agosto. No entanto, como as cebolas podem durar alguns meses, a FDA, o organismo americano responsável pela segurança de medicamentos e alimentos, aconselhou os consumidores – e também os restaurantes, supermercados e outros – a não consumirem, venderem ou servirem cebolas brancas, roxas ou amarelas fornecidas pela ProSource e que tenham sido importadas de Chihuahua entre 1 de julho e 27 de agosto.
As cebolas podem ter autocolantes indicando a marca ou o seu país de origem, ou ter essa informação na embalagem. Os consumidores devem igualmente desfazer-se das cebolas que não tenham qualquer autocolante ou informação que indique a sua origem, por razões de segurança. Devem igualmente ser desinfetadas quaisquer superfícies que tenham estado em contacto com as cebolas.
Já um outro surto de salmonella tinha sido reportado nos EUA, entre junho e outubro de 2020, também relacionado com cebolas. Neste caso, provinham de um fornecedor californiano e terão sido contaminadas através do sistema de irrigação – contendo água contaminada – usado numa plantação.
A salmonella é uma bactéria que causa cerca de 1.35 milhões de infeções, 26.500 hospitalizações e 420 mortes por ano nos EUA. De acordo com o último relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a salmonelose foi a segunda doença zoonótica mais comum na União Europeia (a seguir à campilobacteriose), afetando 88 mil pessoas em 2019. Em Portugal, foram confirmados 432 casos de salmonelose em 2019, 130 a mais do que no ano anterior.
Os sintomas de salmonelose (infeção provocada pela bactéria da salmonella) geralmente começam entre seis horas a seis dias após a infeção, e a maioria das pessoas consegue recuperar dentro de alguns dias. No entanto, crianças com menos de cinco anos e adultos com mais de 65 e pessoas com um sistema imunitário mais debilitado podem sofrer consequências mais sérias. Os sintomas incluem diarreia, febre e dores abdominais e, em casos mais severos, febres altas, dores de cabeça, letargia, presença de sangue na urina e fezes e até a morte.
A salmonelose é considerada uma doença zoonótica, por ser transmissível aos humanos mediante o contacto com animais. De acordo com a ASAE, os animais para consumo podem ser infetados através do contacto com outros animais infetados, com aves e roedores, ou através do consumo de água ou rações contaminadas. A carne, os ovos e o leite são alimentos passíveis de serem contaminados, uma vez que durante o seu processo de produção podem entrar em contacto com as fezes de animais infetados, caso não sejam seguidas as práticas de higiene corretas. Se os alimentos não forem completamente cozinhados (no caso da carne e dos ovos, por exemplo), a bactéria pode sobreviver e causar infeções.
Também os legumes e frutas podem ser contaminados, pois durante o seu cultivo podem entrar em contacto com matéria fecal de animais infetados, através do estrume, por exemplo. No caso em questão, a causa ainda não é conhecida.