Em poucos meses, Olaf Scholz deixou de ser o candidato mais improvável para poder suceder a Angela Merkel e passou a ser visto como o favorito nas eleições do próximo dia 26 de setembro, que vão escolher o novo chanceler da Alemanha. Embora muitos o tivessem acusado, durante anos, de ser demasiado discreto, sem carisma e com um discurso robótico, sempre repleto de expressões tecnocráticas, o atual ministro das Finanças do governo de coligação (entre conservadores e sociais-democratas) de Berlim tem a arma que se está a revelar mais útil nos dias que correm: é ele quem tem o dedo na bazuca, o homem que, todas as semanas, na sequência da pandemia, distribuiu milhões e milhões de euros dos fundos de emergência para ajudar a economia e para resolver as dificuldades dos cidadãos.
Segunda vida
Para Scholz, a crise provocada pela pandemia Covid-19 funcionou como uma oportunidade. E proporcionou-lhe uma segunda vida política, já que, há menos de dois anos, ele pensava que a sua carreira tinha acabado, ao não ter conseguido sequer convencer os militantes do SPD (social-democrata) a escolheram-no como líder, na sequência do processo aberto pela renúncia de Andrea Nahles, após os piores resultados de sempre do partido nas eleições europeias de 2019.