Apesar de Jair Bolsonaro garantir que os protestos serão pacíficos, os seus apoiantes mais radicais têm incentivado a “invasão” das sedes do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal (STF). Os manifestantes já conseguiram ultrapassar, a pé e com camiões, as barreiras da Polícia Militar no centro de Brasília, perto da Esplanada dos Ministérios, a avenida que dá acesso aos edifícios alvo, e montaram tendas no relvado.
“Entrámos. A polícia não pode travar o povo e vamos invadir o Supremo Tribunal Federal”, gritou um manifestante, citado pela France Presse.
Segundo O Globo, a polícia está a negociar a saída dos manifestantes e bloqueou o caminho para que não cheguem à Praça dos Três Poderes, onde está localizado o edifício do Supremo Tribunal Federal. No entanto, os Oficiais da Policia Militar afirmaram à SBT News que houve um erro por parte dos órgãos de inteligência, ao não conseguirem prever a quantidade de manifestantes pro Bolsonaro.
Ainda durante a manhã do dia de hoje, o presidente Jair Bolsonaro discursou na Esplanada dos Ministérios e voltou a adotar um tom de intimidação, mandando recados à Praça dos Três Poderes. O presidente brasileiro referiu ainda que não se pode aceitar que “uma pessoa específica continue a barbarizar”. “Não queremos rutura, brigar com poder nenhum. Mas não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade”.
Nas redes sociais, é possível encontrar vídeos e imagens que mostram a quantidade de pessoas que enchem as ruas para celebrar o 199º Dia da Independência do país, uns para apoiar Bolsonaro, outros para o constestar, a si e às suas políticas. Foi ainda na noite de segunda-feira que os vídeos começaram a ser partilhados na internet.
As mobilizações ocorrem num momento de tensão política devido a uma crise institucional que o país tem enfrentado nas últimas semanas, marcada principalmente por conflitos entre Bolsonaro e juízes do STF. O Supremo Tribunal e o Congresso têm sido instituições a que a extrema-direita acusa de atuar como “partidos de oposição” ao Governo.
São Paulo e Brasília serão os dois principais palcos das manifestações convocadas por grupos da extrema-direita e Bolsonaro prometeu que estará presente nessas duas cidades. Além disso, outros atos deverão ocorrer de forma orgânica por todo o país.
Por outro lado, estão ainda previstos atos de oposição ao chefe de Estado, que estarão geograficamente distantes dos locais de manifestação pró-Bolsonaro, para evitar confrontos diretos.
Com Lusa