Quando o número de casos caiu e quase dois terços da população já tinha recebido pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, a Holanda levantou, a 26 de junho, a maioria das restrições, permitindo a reabertura dos bares e discotecas. Duas semanas depois, já era clara a curva ascendente, e a pique, do número de novos casos de infeção no país.
Embora este aumento não se tenha traduzido num aumento significativo dos internamentos (são jovens a maioria dos novos infetados), o governo holandês apressou-se a reintroduzir restrições de forma a combater o novo surto, impulsionado, principalmente, pela variante Delta, que, no caso português, continua a ser a dominante em todas as regiões do país e já é responsável pela totalidade dos casos de infeções em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve.
O primeiro-ministro, que se tinha recusado anteriormente a assumir responsabilidades pelo aumento de casos, descrevendo o alívio nas restrições como um “passo lógico e responsável”, admitiu na segunda-feira ter tomado uma decisão com base num “erro de cálculo”.
“O que pensávamos ser possível acabou por se revelar errado na prática. Fizemos um erro de cálculo, estamos desapontados com isso e pedimos desculpa”, sublinhou.
De acordo com Rutte, “o objetivo é conter o vírus, proteger grupos vulneráveis e garantir que o sistema de saúde não seja sobrecarregado”, uma vez que o aumento das infeções estava “a ir mais depressa do que os cálculos diziam”.
Já a partir do próximo sábado, bares e restaurantes vão passar a fechar mais cedo e vão ter que aplicar novamente medidas de distanciamento social, que deverão manter-se até 13 de agosto. Os festivais de música programados vão ser também cancelados.
A Holanda já tem 77% da população vacinada com uma dose e 46% da população adulta totalmente vacinada.