O Houston Methodist Hospital, em Houston, Texas, EUA, tornou-se, a 31 de março, a primeira unidade hospitalar do país a mandar vacinar os funcionários contra a Covid-19. Mais de 100 funcionários foram processados por se recusarem a ser vacinados.
LaTricia Blank explica que, apesar de não ser contra as vacinas, ainda se sente desconfortável com uma vacina que pensa ter passado por um processo apressado. Além disso, a oferta inicial do hospital de um bónus a quem tomasse a vacina deixou-a ainda mais desconfiada. “Não compreendo: se isto é realmente suposto ser bom para nós, porque é que têm de nos oferecer alguma coisa?”, disse a técnica ao CNN, referindo ter sido despedida por se recusar a ser vacinada contra a Covid-19.
Na terça-feira, um porta-voz do hospital disse que 153 funcionários se demitiram durante um período de suspensão de duas semanas, que começou a 8 de junho, ou foram despedidos esta semana.
Gale Smith, porta-voz do hospital, disse à CNN na última terça-feira que “os funcionários que cumpriram a política de vacinação obrigatória durante o período de suspensão regressaram ao trabalho no dia seguinte à sua entrada em vigor”. O hospital alegou ainda não ter informações sobre quantos funcionários se demitiram e quantos foram despedidos.
O CEO do estabelecimento, Marc Boom, disse, no início deste mês, que quase 25 mil funcionários tinham sido totalmente vacinados e que o hospital tinha atingido o cumprimento quase total da vacinação, com menos de 200 suspensos por incumprimento.
As três vacinas utilizadas nos EUA têm autorização de utilização urgente pela Food and Drug Administration (FDA), mas ainda não foram totalmente aprovadas pela mesma. Quando questionada sobre a possibilidade de tomar a vacina mais tarde, quando uma parte da população já tiver sido vacina, Blank explica que isso provavelmente vai fazer com que se aperceba dos efeitos secundários que estão a existir, e desista da ideia com mais facilidade.
Embora a probabilidade de ocorrerem efeitos secundários graves seja extremamente rara, e compensada pelo risco de uma infeção por Covid-19, de acordo com a informação do CNN, a ex-colaboradora do hospital sente-se aliviada por não trabalhar mais para esta instituição.
A Equal Employment Opportunity Commission disse, em dezembro, que as empresas podem ordenar legalmente que todos os funcionários que reentrem no local de trabalho ou que tenham sido agora contratados sejam vacinados contra a Covid-19, com poucas exceções estabelecidas.
A situação foi a tribunal e o juiz tomou o partido do sistema hospitalar. Os funcionários recorreram da decisão da juíza.