Mais de 100 pessoas ficaram feridas e, mais de 21 horas depois do acidente, as equipas de socorro continuam no local, no distrito de Ghotki, na província meridional de Sindh, a tentar encontrar sobreviventes por entre os destroços das carruagens.
Foi enviada maquinaria pesada para cortar a estrutura metálica das composições e foram destacados efetivos militares, engenheiros e helicópteros para ajudar nas operações de resgate, embora a esperança de recuperar passageiros com vida seja agora reduzida.
O comboio Millat Express descarrilou por volta das 03:30 locais (23:30 de domingo em Lisboa) e o Sir Syed Express embateu nele alguns minutos depois, indicou o vice-comissário da polícia de Ghotki, Usman Abdullah.
Desconhece-se ainda a causa do descarrilamento, e o condutor do segundo comboio disse que travou quando viu o comboio na linha, mas já não foi a tempo de evitar a colisão.
Cerca de 1.100 passageiros encontravam-se a bordo dos dois comboios, indicaram as autoridades ferroviárias.
“O desafio para nós é conseguir retirar rapidamente os passageiros que ainda estão presos nos destroços”, disse o chefe da polícia do distrito, Umar Tufail.
O balanço das vítimas mortais foi subindo ao longo do dia e, embora a probabilidade de encontrar sobreviventes tenha diminuído, as autoridades levaram lanternas para o local, para que as buscas possam prosseguir durante a noite, enquanto familiares de alguns dos passageiros desaparecidos aguardam nas imediações.
O ministro dos Transportes paquistanês, Azam Swati, declarou à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) que engenheiros e peritos estão a tentar determinar a causa da colisão e que todos os cenários serão considerados, incluindo a possibilidade de sabotagem.
Segundo disse à estação Geo News TV o presidente da Pakistan Railways, Habibur Rehman Gilani, o troço de ferrovia onde ocorreu o acidente era velho e precisava de substituição.
O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, expressou o seu pesar pela tragédia, afirmando na rede social Twitter que tinha pedido ao ministro dos Transportes para supervisionar as operações de resgate e que ordenou uma investigação sobre o acidente.
São comuns os acidentes ferroviários no Paquistão, onde os sucessivos Governos têm negligenciado a necessidade de manutenção do sistema de sinalização e os carris envelhecidos.
Em 1990, um comboio cheio de passageiros embateu num comboio de mercadorias parado, fazendo 210 mortos naquele que foi o pior desastre ferroviário na história do país.
ANC // PMC