José Almada Dias, que falava hoje no webinar Portugal – Cabo Verde: Oportunidades de Negócio e de Investimento, iniciativa promovida pela AICEP – Agência para o Comércio Externo de Portugal, em parceria com a sua congénere Cabo Verde Trade Invest, realçou que Cabo Verde registou um recorde de “mais de mil milhões de euros de projetos aprovados”, quando o anterior tinha sido de 600 milhões de euros, num ano em que a pandemia afetou a economia a nível global.
O responsável destacou também que a ilha do Maio é a que lidera a captação de investimentos, seguida de Santiago e São Vicente e que, pela primeira vez, “as ilhas do Sal e da Boavista [vocacionadas para o turismo] não são as principais recetoras de IDE [Investimento Direto Estrangeiro]”.
O presidente da CTVI referiu que esta tendência que “se mantém para 2021”, acrescentando que, apesar de o turismo continuar a ser o setor que atrai o maior volume de investimento, há outros que estão a crescer em termos de IDE.
José Almada Dias apontou como exemplo o facto de uma empresa da Noruega ter escolhido Cabo Verde para primeira produção mundial de atum em aquacultura.
Por outro lado, destacou também o facto de em 2020 ter havido um aumento das exportações de produtos feitos em Cabo Verde. “O grogue e derivados atingiram também em 2020 novos recordes de exportação”, disse.
Quanto a apostas estratégicas do país para o futuro, o presidente da Cabo Verde Trade Invest falou dos setores da economia marítima, aquacultura e pescas, do turismo residencial, saúde e bem-estar, cruzeiros, da economia digital e da agricultura com água dessalinizada.
Mas também do desenvolvimento do setor financeiro, com criação de fundos de investimento, das energias renováveis, nomeadamente da ideia de aproveitamento da energia das ondas e do potencial geotérmico do país, e de um incremento das exportações de produtos ‘Made in Cabo Verde’.
Para o responsável CVTI, o país é “muito competitivo” em termos de incentivo ao investimento e na sua intervenção no webinar enumerou vários dos benefícios para o investidor estrangeiro que queira apostar em Cabo Verde.
“Esperamos ver, nos anos vindouros, muitas empresas, designadamente portuguesas, e outras, a instalarem-se” em Cabo Verde, a criarem emprego, a consolidarem ali as suas contas e a auferirem de todos os benefícios que o país oferece para queira ali investir, concluiu.
Além das intervenções dos presidentes da AICEP e da Cabo Verde Trade Invest (CVTI), José Almada Dias, o evento contou também com a participação do delegado da AICEP em Cabo Verde, Paulo Borges, e com os testemunhos das experiências no mercado cabo-verdiano das empresas Academia do Código e do projeto Lusofonia Cabo Verde Eco-Resort.
A sessão de encerramento contou com as intervenções dos embaixadores de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, e de Portugal em Cabo Verde, António Moniz.
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