“A vossa união é precisa mais do que nunca em Myanmar”, acrescentou durante uma reunião do Conselho de Segurança, realizada à porta fechada, segundo o seu discurso distribuído à imprensa.
A enviada recordou o pedido feito há uma semana à comunidade internacional para não “dar legitimidade nem reconhecimento” ao regime que executou um golpe militar em 01 de fevereiro.
Segundo diplomatas, citados pela AFP sob anonimato, nenhuma declaração conjunta do Conselho de Segurança vai ser divulgada hoje.
As fontes referiram, todavia, que na próxima semana se realizarão negociações sobre um projeto de texto de resolução a apresentar pelo Reino Unido.
Segundo o seu discurso distribuído à imprensa, Burgener defendeu “ser preciso agir agora”, que o “regresso ao isolamento vai trazer sofrimentos económicos e políticos que as pessoas não merecem” e que as “implicações regionais são iminentes”, pedindo ao Conselho de Segurança para ouvir os “apelos desesperados” dos birmaneses.
“O tempo para meias medidas já passou. O futuro de Myanmar, como um Estado próspero, estável, unificado e aberto, não pode ser construído na supressão ou exclusão das suas minorias ou comunidades vulneráveis”, continuou a enviada, evocando o destino da minoria muçulmana rohingya, vítima em 2017 de um “genocídio”, segundo a ONU.
Na quarta-feira, em conferência de imprensa, Christine Schraner Burgener apelou aos “Estados-membros da ONU a adoção de medidas muito fortes”, especificando que manteve uma discussão com o exército birmanês para alertar que “o Conselho de Segurança poderia tomar medidas importantes e fortes”.
Segundo a enviada, a resposta do exército birmanês foi: “Estamos habituados. Já sobrevivemos a sanções no passado”.
A organização não-governamental Human Rights Watch exigiu hoje em comunicado que o Conselho de Segurança decida sobre uma “ação real” com “sanções dirigidas aos líderes militares responsáveis pelo derramamento de sangue” em Myanmar, e “um embargo às armas”.
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