“Feminista demais”, disse ironicamente a presidente da câmara de Paris, Anne Hidalgo, depois de saber que teria infringido a lei francesa sobre a paridade de género. Segundo a regra nacional de 2013, o mesmo sexo só pode ocupar um máximo de 60% dos cargos de gestão no serviço público. No executivo de Hidalgo, os lugares ocupados por mulheres ultrapassam essa barreira em nove pontos percentuais.
“Estou feliz em anunciar que fomos multados”, continuou a política. O executivo é composto por 11 mulheres e cinco homens, o que levou as autoridades do ministério da Função Pública a autuar o órgão parisiense em 90 mil euros. “Esta multa é obviamente absurda, injusta, irresponsável e perigosa”, fez saber a presidente.
“A cidade de Paris foi multada em 90 mil euros porque muitas diretoras foram nomeadas. Juntamente com os meus assistentes, diretores e os presidentes dos grupos, iremos, portanto, levar este cheque à ministra da Função Pública”, disse Hidalgo através do Twitter. A resposta da ministra Amélie de Montchalin não se fez esperar e, na mesma rede social, refere que “a causa das mulheres merece melhor”. Deseja ainda que a multa “financie ações concretas de promoção das mulheres no serviço público”.
Anne Hidalgo, política socialista que foi reeleita este ano, alerta que o objetivo é resolver o equilíbrio entre homens e mulheres nas relações de poder. “Sim, devemos promover as mulheres com determinação e vigor, porque o atraso em toda a França ainda é muito grande”, disse, no Conselho de Paris. “Para promover e um dia alcançar a paridade, devemos acelerar o ritmo e garantir que nas nomeações haja mais mulheres do que homens”. Afirmou ainda estar “orgulhosa” da equipa que lidera na sua cidade.
