No passado fim de semana, mais de 20 homens foram detidos na Bélgica, enquanto participavam numa orgia, por violarem as restrições de confinamento impostas pelo governo. David Manzheley, organizador da festa, assegura que todos os envolvidos já tinham tido Covid-19.
O caso ganhou destaque na opinião pública depois de se saber que o eurodeputado József Szájer, conhecido pelas políticas anti-LGBT, era um dos membros presentes na orgia homossexual. Ao The Brussels Times, Manzheley garante que não sabia que um dos convidados era deputado ao Parlamento Europeu: “Ele é amigo de um amigo. Nas minhas festas, convido sempre alguns amigos que, por sua vez, trazem alguns amigos e depois nos divertimos juntos. Conversamos um pouco, bebemos – como num café. A única diferença é que, entretanto, também fazemos sexo uns com os outros. Não vejo o que há de errado nisso. Somos todos homens adultos, tudo acontece com consentimento mútuo”.
A festa foi interrompida, na passada sexta-feira, pelas autoridades belgas, que foram obrigadas a intervir depois de queixas do barulho por parte da vizinhança. “A polícia estava a dizer ‘cartão de identidade, agora!’, mas nós nem sequer tínhamos roupa interior. Como é que deveríamos mostrar o nosso cartão de identidade?”, pergunta Manzheley.
Apesar da proibição de ajuntamentos, o anfitrião revela que existem algumas regras para as suas festas de forma a atestar a segurança dos participantes. “Todos os meus convidados já devem ter tido Covid-19 e não podem ter nenhum sintoma. Acredito que os meus amigos não vão mentir sobre isso”.
Além do eurodeputado húngaro, também estariam presentes outros diplomatas que permaneceram não identificados. Esta quarta-feira, um porta-voz do governo estónio disse que “o Ministério das Relações Exteriores tem conhecimento de que um diplomata da Estónia que participou na festa”. Acrescenta ainda, sem revelar de quem se trata, que o representante “pede desculpas pelas violações das restrições da Covid-19”.
Entretanto, também o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, se pronunciou pela primeira vez sobre este episódio, que envolve um dos fundadores do Fidesz, partido que lidera. Ao jornal pró-governo Magyar Nemzet, o chefe de governo repudiou a conduta de Szájer: “O que o nosso representante József Szájer fez não tem lugar nos valores da nossa família política”, disse, citado pelo website Politico.