Depois da vitória nas eleições de 3 de novembro, em que foram eleitos 306 “Grandes Eleitores” democratas, Joe Biden apresentou, esta terça-feira, os primeiros nomes que vão integrar o seu governo – alguns bem conhecidos no cenário da política norte-americana, por já terem trabalhado na Casa Branca O 46º presidente tem ainda de revelar outras escolhas para cargos chave.
O famoso Gabinete americano é formado por 15 secretarias, a que se juntam a vice-presidente, Kamala Harris, e o presidente, Joe Biden. Para já, foram anunciados alguns nomes, mas grandes mudanças são sempre esperadas. Este ano, a expectativa é maior: Biden deseja liderar o mais diversificado governo que o país viu na história.
Anthony Blinken – Secretário de Estado
Com 58 anos, Blinken foi bolsista no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais e diretor de Gabinete Democrático do Comité de Relações Exteriores do Senado dos EUA. Ficou conhecido mais recentemente pelos cargos de vice-secretário de Estado e vice-conselheiro para a Segurança Nacional durante o governo de Obama. O francês perfeito é um dos trunfos para uma maior proximidade aos aliados tradicionais na Europa.
Janet Yellen – Secretária do Tesouro
Ainda sem confirmação oficial, a imprensa americana afirma saber quem será a futura secretária das finanças. A pasta vai ser comandada, pela primeira vez, por uma mulher. Yellen é economista e professora e foi também a primeira mulher a tomar as rédeas da Reserva Federal norte-americana (FED). É casada com um Nobel da Economia e, agora, recebe a difícil tarefa de governar as finanças de um país fragilizado pela Covid-19.
Alejandro Mayorkas – Secretário da Segurança Nacional
O advogado cubano-americano tem 61 anos e, em 2008, foi nomeado pelo The National Law Journal como um dos 50 advogados mais influentes na América. Na política, integrou a Administração Obama como secretário adjunto do Departamento de Segurança Nacional entre 2013 e 2016. Agora, é o primeiro latino a liderar a pasta que bem conhece.
Avril Haines – Diretora da Inteligência Nacional
Ocupou o cargo de vice-conselheira da Segurança Nacional do presidente Obama e foi diretora adjunta da CIA. Agora, será a primeira mulher a liderar os serviços secretos.
Linda Thomas-Greenfield – Embaixadora dos EUA para as Nações Unidas
Reformada depois de 35 anos de carreira diplomática, Thomas-Greenfield regressa ao serviço público. Trabalhou nos quatro continentes e foi secretária adjunta do Gabinete de Assuntos Africanos da Administração Obama.
Jake Sullivan – Conselheiro da Segurança Nacional
Sullivan é professor na faculdade de direito de Yale. No seu trajeto político figuram cargos como conselheiro da Segurança Nacional do vice-presidente Joe Biden e vice-chefe de gabinete de Hillary Clinton quando esta era secretária de Estado.
John Kerry – “Enviado” presidencial especial para o Clima
É a figura de proa para o combate às alterações climáticas, uma das bandeiras de Joe Biden durante a campanha presidencial. Foi secretário de Estado no governo de Obama, entre 2013 e 2017 e, em 2004, perdeu o assento de presidente para Bush na corrida às presidenciais. Em 2016 assinou o Acordo de Paris do qual os EUA viriam a sair mais tarde por decisão de Trump.
Ron Klain – Chefe de Gabinete da Casa Branca
Com vários anos de carreira na política, Klain foi chefe de gabinete de dois vice-presidentes dos Estados Unidos: Al Gore e Joe Biden. Em 2014, durante o governo de Obama, recebeu a importante tarefa de servir como Coordenador de Resposta ao Ébola. Este ano juntou-se à campanha presidencial de Biden como um conselheiro e, agora, como chefe de gabinete.
Em cima da mesa, continuam abertos importantes cargos sem nomes confirmados. Segundo a imprensa americana, Michele Flournoy poderá ocupar a secretaria da Defesa e, a confirmar-se, será a primeira vez que uma mulher assume o controlo do Pentágono. Também o departamento do Interior poderá conhecer uma nova estreia: Deb Haaland, membro do povo Laguna Pueblo, pode vir a tornar-se a primeira nativa-americana a ocupar a pasta.
Apesar da forte presença de antigos aliados de Barack Obama na política interna, o novo presidente diz que os EUA enfrentam “um mundo totalmente diferente” dessa altura e, por isso, o seu governo não será “um terceiro mandato de Obama”. À NBC garante ainda que não vai usar o departamento da Justiça como o seu próprio veículo para investigar Trump ou a Administração republicana.
A menos de 60 dias de tomar posse, Biden tem grandes expectativas sobre o futuro do país. “Juntos, estes trabalhadores públicos restaurarão a América globalmente, a sua liderança global e a sua liderança moral”, disse, sobre os escolhidos, esta terça-feira, em Delaware. “É uma equipa que reflete o facto de que a América está de volta, pronta para liderar o mundo, não recuar dele. É uma equipa que manterá o nosso país e o nosso povo seguro e protegido”.
No Twitter, o presidente eleito partilhou uma ligação para o novo site do governo, onde constam as prioridades do executivo para o novo mandato, evolução da transição e as caras que compõem a nova era da política americana.