A Nova Zelândia é um dos países que vai à frente na luta contra a Covid-19 e acaba de passar um marco histórico: há mais de 100 dias que o país não identifica novos casos de infetados na comunidade. Todos os novos casos foram identificados em passageiros vindos de fora e todos estão a ser colocados em quarentena. O último dia em que foi detetado um caso na comunidade foi no dia 1 de maio de 2020.
Esta segunda-feira, o país tinha apenas 23 casos ativos dos 1569 casos identificados desde o início da pandemia, 1526 casos recuperados e 22 mortes, segundo o site WoldOmeters.
“Conseguir 100 dias sem transmissão na população é um passo importante. Contudo, como todos sabemos que não nos podemos dar ao luxo de qualquer negligência”, disse o diretor de Saúde, Ashley Bloomfield.
“Temos visto no estrangeiro o quão rápido o vírus pode reaparecer e propagar-se nos lugares que anteriormente estavam sob controlo, e temos de estar preparados para enfrentar rapidamente quaisquer novos casos no futuro na Nova Zelândia”, acrescentou.
Uma das razões de sucesso da Nova Zelândia é a sua rápida intervenção e um plano de testagem eficaz. A primeira ministra, Jacinda Ardern, encerrou as fronteiras no dia 19 de março, quando o país ainda apresentava 28 casos confirmados e anunciou o confinamento obrigatório no dia 23 do mesmo mês. Durante o período de confinamento, as regras foram cumpridas pela maioria e estiveram em vigor durante cinco semanas, com mais duas semanas de reabertura gradual.
No dia 8 de junho, Arden anunciou que as restrições iriam ser suspensas devido ao facto de não ter sido identificado nenhum caso positivo nos 40 mil testes realizados nos 17 dias anteriores. Desde esta data o país tem estado a trabalhar para voltar ao “normal” sem ter a necessidade de um novo confinamento. Agora, apenas os cidadãos neozelandeses têm permissão para entrar no país e devem estar duas semanas de quarentena numa instalação aprovada pelo governo.
Apesar desta conquista, a primeira ministra e o ministro da saúde alertam que não é altura de “baixar os braços”. “É uma questão de “quando” e não de “se”, disse Bloomfield à emissora nacional Radio New Zealand na semana passada, quando lhe foi perguntado se outro caso de transmissão comunitária na Nova Zelândia era inevitável. “Estamos a trabalhar com base de que isso possa acontecer a qualquer momento”.