Na maioria das escolas italianas ainda são utilizados os banchi, ou bancos, que, num tempo pré-pandemia, acomodava vários estudantes nas salas mais pequenas. As mesas individuais são raras em Itália, especialmente nos níveis de escolaridade mais baixos, mas, claro, em tempos de Covid-19, é impensável sentar dois alunos “colados” um a outro.
Para fazer face a este problema, o Ministério da Educação já encomendou três milhões de mesas individuais, que têm um prazo de entrega previsto para o dia 8 de setembro, para que se possam preparar os recintos escolares antes de abrirem no próximo mês.
O que acontece é que muitos diretores das escolas acreditam que este período de entrega não seja cumprido e, por isso, estão a tentar resolver o problema de uma forma mais eficaz: serrar os bancos para que se tornem individuais.
“A hipótese é serrar os bancos, se forem de madeira, ou separá-los de outra forma”, disse Adelfio Cardinale, responsável das escolas em Sicília, à plataforma de ensino Orizzonte Scuola. “Poderíamos usar separadores, também em madeira, para evitar o contacto, mas a melhor solução continua a ser a divisão dos bancos”, disse. “É uma solução extrema para resolver aquele que é considerado o maior obstáculo”.
Em junho, Lucia Azzolina, ministra da Educação, apresentou um plano multifacetado para reabertura das escolas, que prevê um limite no número de alunos nas salas de aula, garantindo, pelo menos, um metro de distância, bem como horários de início de atividades alternados e escola presencial também em dias alternados. Os professores e os alunos irão usar máscaras, as salas de aula serão higienizadas várias vezes ao dia e as turmas serão divididas em grupos de estudo menores para limitar o contacto social.
Sempre que possível, as aulas serão dadas ao ar livre ou em teatros, parques e museus, especialmente nos casos em que o distanciamento social não pode ser mantido nos edifícios escolares mais antigos. O ensino à distância será conduzido em conjunto para os alunos que podem optar por não assistir às aulas caso morarem em situações familiares vulneráveis, onde seria arriscado levar o vírus para casa.