“Por favor, não dispare”, “Eu acabei de perder a minha mãe”, “Não sou esse tipo de pessoa, não sou um tipo mau”, “Assim vou acabar por morrer”, são as frases que se ouvem do detido George Floyd.
O vídeo de nove minutos partilhado em primeiro lugar pelo Daily Mail, que não revela a sua fonte, mostra Floyd aterrorizado e a chorar desde o primeiro momento em que a policia se aproximou. Numa primeira abordagem, a polícia bate com uma lanterna no vidro do carro de Floyd e assim que este abre a porta, é-lhe apontada uma arma à cabeça. Floyd começa a implorar que não disparem, quase a chorar. Quando é retirado do carro, algemado, o suspeito foi obrigado a entrar no banco de trás do carro dos polícias, onde ofereceu resistência porque tinha ansiedade e claustrofobia. Os agentes acabaram por dominar o homem, colocando um joelho por cima do pescoço, que resultou no desenlace já conhecido.
“Os polícias aproximaram-se dele com armas de fogo, simplesmente porque ele era um homem negro. Como este vídeo mostra, ele nunca representou nenhuma ameaça. As contradições dos policiais continuam a aumentar. Se não fosse pelos vídeos, o mundo talvez nunca soubesse dos erros cometidos contra George Floyd”, disse Ben Crump, advogado da família Floyd, num comunicado.
A frase “I can’t breathe” – “Eu não consigo respirar” – tornou-se o mote das manifestações contra o racismo em todo o mundo. O caso de George Floyd, apesar de não ter sido único, desencadeou uma onda de revolta em todo o mundo, onde milhares de pessoas continuam a manifestar-se contra o racismo e contra a violência policial.
O procurador-geral de Minnesota, Keith Ellison, que está encarregue do caso, disse à CNN que a sua equipa não é a fonte do vídeo. “A equipa de acusação não é a fonte da divulgação. Continuaremos a tomar todas as precauções para garantir um julgamento justo”, afirmou Ellison.