Às 9 horas locais, Maksym Kryvosh, que primeiro se apresentou como Maksym Plokhoy, em português Maksym, o Mau, tomou de assalto um autocarro onde se encontravam, pelo menos, 13 pessoas.
Às 9:25 contactou a polícia para relatar o que havia feito, anunciar que tinha consigo armas e explosivos e que tinha publicado no Twitter as suas exigências. As autoridades disseram que a conta só tinha “conteúdo relativo ao seu descontentamento com o sistema”.
No entanto, a Euronews descobriu uma conta onde, para além de exigências, se encontravam mensagens direcionadas a jornalistas. O Twitter apagou a conta por violar as políticas da rede social e a conta do Youtube associada ao Twitter do sequestrador também foi desativada.
Após um pedido por parte de Kryvosh para falar com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski estabeleceu um acordo com o homem armado, numa conversa que durou cerca de dez minutos.
Foi acordado que, para além de libertar, logo após o fim da chamada, um ferido, uma criança e uma mulher grávida, que os restantes reféns seriam libertos após o presidente partilhar um vídeo onde apelaria aos cidadãos para visionarem o filme Earthlings.
O documentário de 2005 narrado por Joaquin Phoenix dá conta das atrocidades presentes na indústria da agropecuária e noutras atividades que tiram proveito da vida animal como para vestuário e pesquisas científicas.
“O filme Earthlings de 2005. Toda a gente o deveria ver” disse Zelenski no vídeo partilhado no Facebook. 30 minutos depois, todos os reféns haveriam sido libertados e o vídeo desapareceu da internet.
De acordo com a imprensa ucraniana, Kryvosh é um ativista que tem um historial em ajudar animais de rua. Passou já quase uma década na prisão por fraude, posse de armas e roubo.
Arsen Avakov, Ministro da Administração Interna da Ucrânia, descreveu o sequestrador como um “homem instável que criou a sua visão do mundo e orquestrou uma vingança para a mesma”.
O ministro fez ainda um comentário acerca do filme: “O filme é bom. Não é preciso é alguém ficar tão “avariado” e causar uma cena de terror para todo o país – é possível assistir ao mesmo sem isso.”