O novo surto de Pequim começou na passada sexta-feira, dia 12, quando a cidade diagnosticou 106 novos casos positivos de Covid-19 no principal mercado abastecedor da capital, Xinfadi. As análises feitas indicam que o vírus estava presente numa tábua de peixe de um vendedor de salmão importado da Europa.
O salmão tem vindo a ser retirado dos principais postos de vendas, incluindo plataformas online, e a população ter sido aconselhada a não consumir salmão e marisco importado da Dinamarca, Noruega e Austrália.
Segundo o South China Morning Post um porta-voz da Comissão Europeia disse que “não há ainda uma proibição formal ou restrição de importação” de peixe por parte da China.
O ministro norueguês da Pesca, Odd Emil Ingebrigtsen, confirmou esta quarta-feira que o problema está a ser resolvido. “Estamos a trabalhar em conjunto e posso confirmar que o problema parece estar resolvido”, acrescentou Ingebrigtsen.
Victoria Braathen, diretora da China no Norwegian Seafood Council, garante que está a acompanhar o desenvolvimento da situação. “Estamos a monitorizar de perto o desenvolvimento do mercado. A Autoridade Norueguesa de Segurança Alimentar está certa que o coronavírus não afeta a segurança dos frutos do mar, pois não há casos conhecidos de infeção por alimentos contaminados”, disse a diretora.
Em contradição, no passado domingo, dia 14, Wu Zunyou, epidemiologista-chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da China garante que o vírus consegue sobreviver em alimentos congelados até três meses. Este reforça a ideia que a sua equipa tem uma “suspeita muito alta” sobre a fonte deste novo surto ser o salmão.
“Ainda temos que descobrir se os seres humanos transmitiram o vírus ao salmão, ou o salmão o contraiu primeiro”, disse Zeng Guang, especialista da Comissão Nacional de Saúde, este domingo numa conferência.
As autoridades estão agora a testar carne e peixe importados à procura de vestígios ligados ao novo vírus. Os governos de Pequim, Tianjin, Guangdong, Henan e Gansu intensificaram as investigações e garantem ter testado mais de 2000 amostras de alimentos desde o alerta do novo surto.
Caso se confirme, o impacto desta suspeita pode ser enorme para a Europa, principalmente para a Noruega, o principal exportador de salmão da Europa. Este impacto pode ter também influência em todos os produtos congelados e na carne que abastecem os mercados chineses.