Com um total de mais de 200 mil casos de Covid-19, o Estado de Nova Iorque contabiliza 42% do total de mortes por coronavírus nos Estados Unidos. Além disso, tem uma taxa de mortalidade de cerca de 4,7%, em comparação com 3,4% no resto do país, segundo dados avançados pela CNN com base no Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins.
O que pode explicar isto? A densidade populacional da cidade de Nova Iorque – que está inserida no Estado de Nova Iorque – com 8 399 milhões de habitantes, é um dos fatores que contribui para que a concentração de casos no estado seja maior. O facto de a cidade ter uma população relativamente grande faz com que a probabilidade de contágio entre os habitantes aumente. Mas embora a densidade populacional possa ser uma causa, não explica tudo. O bairro com mais pessoas de Nova Iorque é Manhattan, mas este não é o local com mais casos diagnosticados. Queens, um dos mais pequenos, tem mais do dobro de casos confirmados, em comparação com Manhattan.
O facto de a cidade de Nova Iorque ter uma grande população faz com que seja necessário realizar muitos testes. Assim, a cidade adotou um método “agressivo” de testagem como na Islândia, na Coreia do Sul e na Alemanha – quanto mais se testar, mais casos são identificados e, consecutivamente, serão realizados novos testes. Apesar deste esforço para identificar todos os casos positivos na cidade, a informação recolhida é incompleta pois os testes são realizados em dois locais diferentes: laboratórios públicos e privados, o que dificulta o rastreamento detalhado dos casos.
A assistência médica da cidade e do Estado de Nova Iorque é cronicamente inadequada, com uma sobrelotação dos hospitais e as minorias e grandes dificuldades no acesso a cuidados médicos dos mais pobres.
O governo da cidade divulgou os dados dos habitantes diagnosticados com Covid-19 em Nova Iorque e das pessoas que morreram. Os novaiorquinos negros e hispânicos representam 51% da população da cidade, mas retratam 62% das mortes de Covid-19 na cidade. Estes dados resultam de fatores como hipertensão e diabetes, que estão associadas à morte por coronavírus, e atacam fundamentalmente comunidades sem acesso fácil aos cuidados de saúde adequados.