Maeve Kennedy e o seu filho mais velho, Gideon, estavam desaparecidos desde a passada quinta-feira, depois de ambos terem sido vistos pela última vez a bordo de uma canoa na baía de Chesapeake, o maior estuário dos EUA, situado junto à capital federal do país, Washington. Apesar de ambos terem sido dados como mortos na última sexta-feira, 4, a confirmação da tragédia foi dada apenas esta semana, quando as autoridades do estado de Maryland encontraram o corpo de Maeve. As buscas por Gideon continuam.
Tudo indica que mãe e filho terão morrido depois de ambos se terem lançado à água, a partir de uma canoa em que seguiam, para recuperar a bola com a qual jogavam as crianças da família na tarde da passada quinta-feira. No entanto, o vento terá surpreendido Maeve e Gideon e impedido que regressassem às margens da baía, segundo confirmou ao The Washington Post o marido da sobrinha-neta do ex-Presidente norte-americano John F. Kennedy, David McKean.
Desde a tarde desse dia que a guarda costeira norte-americana montou uma operação de buscas pela região, patrulhando toda a área com um helicóptero e uma equipa de mergulhadores. O corpo de Maeve foi encontrado no final desta segunda feira a 3 km da casa onde estava em isolamento com a família devido à pandemia de Covid-19. As buscas pelo corpo do filho mais velho, de apenas 8 anos, foram retomadas na manhã de terça-feira, segundo avançou o jornal. Até ao momento o corpo ainda não foi encontrado.
Kathleen Kennedy Townsend, filha de Robert F. Kennedy, mãe e avó das vítimas, foi o primeiro membro da família a pronunciar-se sobre esta tragédia através de um comunicado onde lamentou que as operações de busca por Maeve e Gideon “tenham deixado de ser uma missão de salvamento, para passarem a ser uma missão de resgate dos corpos”.
Também, o marido de Maeve, David McKean, escreveu no Facebook uma homenagem emocionada. De coração partido, descreveu a esposa como a sua melhor amiga e alma gémea, cuja gargalhada farta não sairá nunca da sua memória: “Ela era a luz mais brilhante que eu já conheci”, pode ler-se na publicação. Ao filho refere-se como uma criança bastante madura: “O Gideon tinha 8 anos, mas podia ter 38”. E acrescenta: “Ele era profundamente calmo, recusava-se a cantar canções de crianças que contivessem animais ou pessoas tratados de forma cruel.” Escreveu ainda que sempre olhou para Gideon como uma pessoa demasiado perfeita para o mundo, no entanto, ficam agora as certezas de que realmente o era: “Parece-me agora que ele era”, concluiu.
Joseph P. Kennedy III, membro da câmara dos Representantes por Massachusetts, e primo de McKean, também recorreu às redes sociais para prestar esta segunda-feira uma última homenagem a Maeve que descreveu como uma mulher vibrante e uma mãe extraordinária. No final, agradeceu ainda o apoio que a família tem recebido nos últimos dias: “Estamos profundamente gratos pelo amor e apoio que a nossa família recebeu nestes dias. Foram muito dolorosos. Obrigado a todos pelas orações.”
Esta é mais uma triste notícia a somar à história da dinastia mais famosa dos Estados Unidos, atingida por vários episódios trágicos desde o assassínio do Presidente democrata John Fitzgerald Kennedy, em 1963, em Dallas. Desde então que a família tem passado por momentos igualmente dolorosos: um dos filhos de Robert Kennedy, David, morreu aos 28 anos de overdose de cocaína num hotel da Florida, 1984. Outro dos filhos de Robert, Michael, também não resistiu aos frimentos de uma forte colisão contra uma árvore uma pista de esqui em 1997, no estado norte-americano do Colorado. Em 16 de julho de 1999, John F. Kennedy Jr., a sua esposa, Carolyn, e a cunhada, Lauren, morreram num acidente de aviação. Mais recentemente, em 2011, a esposa de Robert Kennedy Jr. – filho do irmão do ex-presidente norte-americano – Mary Richardson, cometeu suicídio. No ano passado, uma neta de Robert Kennedy, Saoirse Kennedy Hill, morreu aos 22 anos alegadamente por uma overdose acidental de drogas.