Na passada quinta-feira, dia 2 de abril, durante uma entrevista, Jair Bolsonaro voltou a criticar os esforços dos governadores para controlarem a disseminação do coronavírus. Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, ordenou, durante esta semana, que os 17 milhões de cidadãos dos estado ficassem em casa e não se deslocassem para as praias.
“Proibir as pessoas de irem à praia? Meu Deus!” declarou o presidente de extrema direita do Brasil. “As praias são ao ar livre. Não há nenhum problema em ir lá ”, acrescentou Bolsonaro, contradizendo as orientações do próprio ministério da saúde, que recomenda que as multidões devem ser evitadas. Jair acusou ainda o governador do Rio de atuar como um ditador. “No que é que ele está a pensar? Que isto é algum tipo de ditadura?”
Na terça-feira, o governador parecia ter reconhecido a gravidade da situação quando declarou num discurso que o coronavírus era “o maior desafio da nossa geração”.”O efeito colateral das medidas de combate ao coronavírus não pode ser pior do que a própria doença. A minha obrigação como presidente vai para além dos próximos meses. Preparar o Brasil para a sua retomada, reorganizar nossa economia e mobilizar todos os nossos recursos e energia para tornar o Brasil ainda mais forte após a pandemia” afirma ainda o presidente.
Contudo, na quinta-feira, quando o número de mortos no Brasil subiu de 241 para 299 apenas em 24 horas, o presidente continuou a atacar outros políticos, até o ministro da Saúde, que Bolsonaro alegou ter uma “falta de humildade”.
O presidente também comentou uma fotografia da Associated Press publicada na primeira página do Washington Post, que mostrava dezenas de sepulturas cavadas em São Paulo. “Esta imagem, se for real, não deveria ser divulgada”, declarando que as fotografias são “uma vergonha para o Brasil”.