A oficina Autos Fibra, na cidade de Itajaí, estado de Santa Catarina, foi acusada de falsificar Lamborghinis e Ferraris. A polícia brasileira apreendeu oito veículos – dois “Ferraris” e seis “Lamborghinis” – em várias fases de montagem.
Segundo as autoridades, enquanto o exterior dos veículos era semelhante ao original, os motores eram provenientes de outros veículos, incluindo um Mitsubishi Eclipse, um Alfa Romeo e um Chevrolet Omega. Mas, a grande diferença era mesmo o preço, cerca de 8% do valor original. Os carros deveriam custar entre 355 e 711 mil euros, caso fossem comercializados pelas marcas.Já nesta oficina, não ultrapassavam dos 59 mil euros.
Angelo Fragelli, inspetor da polícia encarregue pela investigação, contou ao The Guardian que alguns carros “estavam meio prontos, outros estavam apenas no início”. A venda era feita pelas redes sociais – maioritariamente pelo Instagram e o Youtube “e os acabamentos dependiam do que o cliente pudesse pagar”, conta Fragelli. Os carros foram legalizados enquanto “protótipos”, “mas há indícios de fraude, porque não é possível registar um protótipo de um carro com um logótipo de uma marca registada”, explicou a polícia. “Não se trata de um crime de construção artesanal de um veículo. O crime que está a ser apurado é o da construção de um veículo com características patenteadas por outras marcas”.
Alan Góes, um dos proprietários, afirma estar inocente porque “não estava a utilizar a marca em si”, apenas o “emblema, essas coisas, como acessório”. “Eles alegam que o tamanho e o desenho do carro são a mesma coisa, mas não são”, “se pegar no projeto do desenho industrial de um carro, de um Lamborghini, de um Ferrari, e comparar com o produto que estávamos a comercializar, vão ver que não têm as mesmas medidas”, acrescenta. “O carro é está todo documentado e legalizado. Se eu consigo legalizar um carro, ele não tem nada de ilegal” argumenta Nilton Góes, o outro proprietário. Na conta do Instagram da oficina, a empresa diz estar a “trabalhar normalmente”.
Bruno Ariboni Brandi, advogado do escritório Ariboni, Fabbri & Schmidt a representar a Lamborghini, conta que a oficina de Itajaí era considerada a maior do Brasil, e já estava “a ser investigada há algum tempo”. Um porta-voz da Lamborghini disse que a empresa não pretendia processar, mas queria evitar o “uso ilegal dos direitos” de modo a evitar “os riscos, para os clientes e o público, em geral, de réplicas sem características básicas de segurança”.