A estimativa divulgada na semana passada resulta das contas de cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica americana e da Universidade da Florida e eleva entre 100 a 1000 vezes a dimensão da estimativa oficial da Taylor Energy Company. Se na altura do desastre, em 2004, a empresa afirmava que estavam a chegar ao oceano menos de 11 litros de petróleo por dia, agora acredita-se que, desde então, estão a ser derramados diariamente entre 1500 a 17 mil litros de petróleo.
Quando o furacão Ivan atingiu o Golfo do México, a plataforma de petróleo foi atingida por uma derrocada e vários barris e poços afundaram-se e ficaram parcialmente enterrados sob lama e sedimentos no fundo do mar. Para conter a fuga, a Taylor Energy tentou tapar os poços e instalou redomas de contenção, em 2008, ano em que cessou toda a atividade de exploração petrolífera, passando a existir, lê-se no seu site, exclusivamente para responder às consequências do acidente.
Em maio deste ano, a Guarda Costeira americana instalou no local um sistema de contenção que tem estado a recolher cerca de 3.8 mil litros por dia.
O novo estudo também contradiz a versão da Taylor Energy sobre a origem da fuga. Até agora, a empresa insiste que todo o petróleo encontrado, 15 anos depois, vem dos sedimentos e da decomposição bacteriana do petróleo. Mas os cientistas envolvidos na investigação garantem ter dados que mostram que as fugas têm origem nos reservatórios e nos oleodutos e não no petróleo que ficou no fundo do mar.
Desta vez, os investigadores usaram dois métodos: um aparelho acústivo, que situou a quantidade derramada por dia nos 9 a 47 barris, ou cerca de 1,5 a 7 mil litros; e um outro aparelho que fez uma estimativa de 19 a 108 barris diários, ou 3 mil a 17 mil litros.
O relatório sublinha que, ainda assim, nestes intervalos não está necessariamente o valor definitivo.