Há cem mil pessoas a precisar de serem vacinadas contra o sarampo com urgência na Nova Zelândia e os médicos já estão a dar vacinas nos parques de estacionamento para reduzir o contágio das salas de espera.
No momento em que já há pelo menos 25 casos de sarampo confirmados – e o número ameaça continuar a crescer – os médicos neozelandeses optaram por passar a dar as vacinas a quem não esteja imunizado nos estacionamentos das clínicas e centros de saúde, para reduzir ao máximo a disseminação da doença.
O confirmado surto grave de sarampo, descrito como o pior dos últimos anos, continua a espalhar-se na região de Canterbury, na Ilha Sul daquele arquipélago, com as autoridades de saúde a salientar que pelo menos 100 mil pessoas precisam ser vacinadas com urgência, esperando-se mais casos da doença. Assim, reduzir a hipótese de contágio em salas de espera é a prioridade. Sobretudo depois de se saber que o fornecimento de vacinas está esgotado na região afetada – obrigado ao transporte de suplementos extra de todo o país, para vacinar antes de mais os mais necessitados: bebés, jovens e pessoas com doenças crónicas.
“Sabemos que o sarampo está a circular amplamente na nossa comunidade”, frisou Ramon Pink, médico de Canterbury, ao mesmo tempo que o ministro da Saúde, David Clark, garantia que as o governo está a monitorizar a situação, para tentar evitar que alastre ao resto do país.
Para já, as pessoas que nasceram antes de 1969 ou tiveram duas doses das vacinas MMR são consideradas totalmente protegidas, disse ainda Ramon Pink, mas aquelas com idades entre 29 e 50 anos que só tiveram uma vacina contra o sarampo não são consideradas imunes, e precisarão de reforço.
Tal como em muitos outros países, a Nova Zelândia também está a enfrentar um regresso em força do sarampo, efeito do ceticismo crescente de algumas franjas da população à vacinação, convencidas que pode causar autismo – uma crença que tem sido sistematicamente desmentida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O este ressurgimento do sarampo deixa-nos muito preocupados, sobretudo quando se manifesta em países que alcançaram ou estavam perto de conseguir a eliminação da doença”, disse Soumya Swaminathan, vice-diretor geral de programas da OMS, apelando ainda a um esforço urgente para aumentar a cobertura da vacinação. “Ou corremos o risco de perder décadas de progresso na proteção de crianças e comunidades contra uma doença devastadora, mas totalmente evitável”.