Khashoggi, colunista do diário norte-americano The Washington Post, tinha-se exilado nos Estados Unidos no ano passado, por temer ser preso na Arábia Saudita depois de ter criticado algumas decisões do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.
Às 13:14 locais (11:14 em Lisboa), Jamal Khashoggi entra no consulado saudita em Istambul, segundo a imagem de uma câmara de vigilância divulgada pelo Washington Post. Tem hora marcada para obter “um documento saudita certificando que não é casado”, indica a sua noiva, Hatice Cengiz, cidadã turca.
O Washington Post preocupa-se por não conseguir contactá-lo. A noiva instala-se em frente ao consulado em busca de informação.
“Segundo as informações de que dispomos, [ele] encontra-se no consulado”, indica a Presidência turca.
Riade afirma que Khashoggi desapareceu depois de ter saído do consulado.
O embaixador saudita é chamado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.
“Tanto quanto percebi, ele entrou e saiu alguns minutos ou uma hora depois”, declara à agência Bloomberg o príncipe herdeiro saudita, convidando as autoridades turcas a “revistar” o consulado.
Responsáveis turcos afirmam que Khashoggi foi morto dentro do consulado por uma equipa de sauditas que chegou de avião a Istambul e partiu no mesmo dia. Riade desmente firmemente.
“O corpo de Khashoggi foi provavelmente desmembrado e metido em caixas antes de ser transportado de avião para fora do país”, afirma o Washington Post, citando um responsável norte-americano.
A Arábia Saudita dá luz verde à realização de buscas no consulado pelas autoridades turcas, segundo a Turquia.
A estação televisiva pública turca TRT World noticia que as autoridades suspeitam de que os sauditas se foram embora levando as imagens de videovigilância do consulado.
Imagens de videovigilância transmitidas pela imprensa turca mostram a chegada a Istambul de sauditas suspeitos de terem protagonizado a operação contra o jornalista, bem como de uma carrinha entrando no consulado a 2 de outubro, antes de se deslocar à residência do cônsul. No dia anterior, alguns órgãos de comunicação social tinham referido a hipótese de o jornalista ter sido sequestrado e levado para a Arábia Saudita.
O Washington Post afirma que os serviços secretos norte-americanos tinham conhecimento de um plano saudita, envolvendo o príncipe herdeiro, que consistia em atrair o jornalista para uma armadilha para o deter.
“Nós não fomos antecipadamente informados do possível desaparecimento do Sr. Khashoggi”, afirma o Departamento de Estado. O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige pela primeira vez explicações à Arábia Saudita.
O Presidente turco exige novamente imagens de câmaras de vigilância que provem que o jornalista abandonou o consulado, enquanto os sauditas dizem que as suas câmaras não estavam a funcionar naquele dia.
De acordo com o Washington Post, Ancara disse aos Estados Unidos que tinha em sua posse gravações áudio e vídeo mostrando como Jamal Khashoggi tinha sido “interrogado, torturado e depois morto” no interior do consulado, antes de o seu corpo ter sido desmembrado.
Uma delegação saudita chega a Ancara para reuniões.
Grandes nomes do mundo dos negócios tomam as suas distâncias em relação a Riade, correndo o risco de comprometer os ambiciosos planos do príncipe herdeiro. O multimilionário britânico Richard Branson suspende diversos projetos com o reino saudita.
Vários parceiros prestigiados decidem não ir ao fórum “Future Investment Initiative”, um “Davos do deserto”, agendado para o fim de outubro em Riade.
Riade desmente qualquer intenção de assassinar o jornalista.
Ancara critica Riade por não deixar os investigadores entrarem no consulado.
Donald Trump considera que a Arábia Saudita poderá estar por detrás do desaparecimento e ameaça Riade com um “castigo severo”, embora excluindo um congelamento das vendas de armas.
Riade promete represálias em caso de sanções. A Bolsa de Riade entra em queda, mas depois recupera no fim da sessão.
A polícia turca revista o consulado saudita em Istambul durante oito horas, na noite de 15 para 16 de outubro.
Após uma conversa telefónica com o rei Salman, Trump sugere que o desaparecimento do jornalista “poderá ser obra de assassinos por conta própria”.
A estação televisiva CNN noticia que a Arábia Saudita está a preparar um relatório no qual reconhece que Khashoggi foi morto no consulado durante “um interrogatório que correu mal” e tentará minimizar o seu envolvimento.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, é enviado a Riade para se reunir com o rei Salman e o príncipe herdeiro.
Citando uma fonte turca, a CNN noticia que o jornalista foi morto no consulado há duas semanas e que o seu corpo foi cortado aos bocados.
com Lusa