Ellie Holman, uma dentista de origem sueca, mas que vive em Inglaterra com o marido e os três filhos, bebeu um copo de vinho durante um voo para o Dubai. Resultado: viu-se detida, juntamente com a filha de quatro anos, sem acesso, nas primeiras horas, a água, comida ou sequer a uma ida à casa de banho, conforme denunciou uma Organização Não Governamental que ajuda pessoas presas nos Emirados Árabes Unidos.
A turista, de 44 anos, enfrentava uma pena que podia ir até três anos de prisão, mas a intervenção do próprio sheik do Dubai, depois de o caso de ser tornado extremamente mediático, alterou o rumo dos acontecimentos e, em vez de aguardar julgamento nos Emirados Árabes Unidos, a dentista pode regressar a casa, sem qualquer acusação, além de ter recebido um pedido de desculpa oficial. O governo do Dubai informou-a ainda, por telefone, que pagará a viagem de regresso.
Em declarações ao Daily Mail, Holman descreve a experiência como “devastadora” para os seus três filhos, de 9, 8 e 4 anos.
“Nunca infringi uma lei na minha vida e também não o teria feito desta vez se soubesse que ter bebido um copo de vinho era um crime”, afirma, recordando que o pesadelo começou quando, na sequência de problemas com o visto, à chegada ao Dubai, lhe foi perguntado se tinha consumido álcool, ao que respondeu afirmativamente.
Mas não aponta o dedo à companhia aérea: “Não acredito que a Emirates servisse um copo de vinho a um passageiro se soubessem que as consequências são tão severas no Dubai.”
Sem representação legal e sem autorização para falar com a família, Holman e a filha mais nova foram levadas para uma sala “extremamente quente e mal cheirosa”. Durante os três dias que passaram detidas, Holman não conseguiu dormir e a filha estava em “choque”.
A dentista acabaria por ser libertada, mas com o passaporte confiscado e a informação de que o caso poderia levar um ano até ser resolvido.