Segundo um balanço ainda provisório divulgado pelo Ministério da Saúde afegão, o ataque duplo fez pelo menos 21 mortos e 27 feridos.
Um jornalista da AFP contou 14 corpos na morgue do hospital Wazir Akbar Khan, mas outras vítimas foram enviadas para o hospital da organização não governamental italiana Emergency.
Shah Marai, fotógrafo-chefe do escritório da AFP em Cabul, que estava no local da primeira explosão, foi morto no segundo ataque, que ocorreu cerca de trinta minutos depois.
O jornalista trabalhava para a AFP desde 1996 e participou na cobertura da invasão dos EUA, em 2001.
Três outros jornalistas presentes foram atingidos por esta explosão, todos eles em serviço para televisões afegãs, incluindo um para o canal Tolo News, que já sofreu um ataque em 2016 que causou sete mortes e que foi reivindicado pelos talibãs.
O grupo extremista Estado Islâmico já reivindicou o duplo atentado suicida. Num comunicado oficial do grupo ‘jihadista’ difundido pelos canais Telegram, ligados ao denominado Estado Islâmico, os bombistas suicidas são identificados como Qaqaa al Kurdi e Jalil al Qurashi.
O ataque, de acordo com a declaração, cuja autenticidade não pôde ser confirmada, ocorreu na sede dos serviços de inteligência afegãos, conhecida como “Presidência 90”.
De acordo com uma fonte das forças de segurança, o ‘kamikaze’ que atacou a imprensa tinha-se escondido entre os repórteres, transportando uma câmara.
“O bombista suicida fez-se explodir entre os jornalistas”, disse o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.
Os repórteres tinham ido cobrir o primeiro ataque, perpetrado pouco antes das 08:00 locais (04:30 em Lisboa), perto da sede dos serviços de inteligência afegãos (NDS).
O quartel-general do NDS havia sido alvo de um ataque suicida em março, quando um homem-bomba atravessou a barreira policial e se fez explodir na entrada do edifício, matando três pessoas e ferindo outras cinco.
Cabul tornou-se, segundo a ONU, o local mais perigoso no Afeganistão para os civis, com o aumento dos ataques, geralmente perpetrados por homens-bomba e reivindicados pelos talibãs ou pelo denominado Estado Islâmico (IS).
com Lusa